Sindicato da PF em Minas protesta contra interferências nas investigações

Data: 29/08/13

Nesta última segunda-feira, 26, uma reportagem da Rede Record foi ao ar em Minas Gerais, e mostrou à população um dos lados mais sombrios da crise institucional da Polícia Federal.

 

Através de depoimentos impactantes, policiais federais relataram aos jornalistas a perseguição que os servidores estão sofrendo da atual gestão da PF em Minas, como forma de castigo por terem exercido o direito constitucional de greve no ano passado.

 

Logo após a última greve, investigadores experientes e capacitados que atuavam em complexas investigações foram retirados de suas funções. E profissionais dedicados reclamam da incoerência de uma gestão que prefere perseguir grevistas a preservar o bom andamento de investigações.

 

O presidente do Sinpef/MG, Rodrigo Porto, divulgou a queda absurda da produtividade da PF em Minas Gerais, fenômeno nacional diante da política do Ministério da Justiça de sucatear a Polícia Federal e os seus cargos operacionais após as grandes operações anticorrupção na década passada.

 

Os policiais federais disseram que hoje, na Polícia Federal, existe uma verdadeira “caça às bruxas”, em referência aos servidores que estão sendo perseguidos e processados através de um regime disciplinar criado em 1965, durante o regime militar.

 

Segundo os federais, os grandes criminosos se beneficiam da crise no órgão, e se valem da ineficiência da instituição. E na opinião dos entrevistados causa preocupação constatar que forças políticas podem agir para continuar a abafar o trabalho da PF.

 

No final da entrevista, Porto criticou a retirada de grupos de policiais das investigações sem critérios objetivos e sem justificativas plausíveis. Segundo o presidente do sindicato, é, no mínimo, suspeito retirar das investigações policiais experientes em inteligência para cuidarem de armas ou atuarem em setores burocráticos, quando é evidente o prejuízo para as operações.

 

O Superintendente Regional da PF em Minas, Sérgio Menezes, considerou os dados levantados pelo sindicato como inverídicos, e disse que a retirada dos policiais federais que se dedicam nas investigações foi apenas uma “oxigenação” do efetivo.

 

Entretanto, pela forma que foi produzida e conduzida a excelente reportagem, os jornalistas, mesmo após a entrevista ao superintendente regional, concluíram que há algo de errado na forma que a gestão da PF trata os seus servidores e cuida das suas investigações.

 

Em tom altamente crítico, exercendo o seu fundamental papel de voz do cidadão numa democracia, os repórteres e apresentadores dos diversos telejornais que transmitiram a matéria foram unânimes em concluir que o protesto dos policiais federais deve ser interpretado como um pedido de socorro contra as interferências políticas externas nas investigações da PF.

 

Vejam a reportagem a seguir (clique no botão esquerdo do mouse e selecione  tocar/executar/reproduzir).
 

 

 

 

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