Agentes federais se concentraram em frente à sede da PF em Manaus (Foto: Camila Henriques/G1 AM)

Funcionários da Polícia Federal participam de um ato grevista por melhores salários. A manifestação acontece na manhã desta quarta-feira (4), em frente à sede do órgão, na Avenida Domingos Jorge Velho, no bairro Dom Pedro II, Zona Centro-Oeste de Manaus.  A ação faz parte de um movimento grevista nacional organizado pela Federação Nacional dos Policiais Federais e atinge, pelo menos 70% do efetivo, conforme o Sindicato dos Policiais Federais do Estado do Amazonas.

Policiais federais, escrivãos e papiloscopistas cruzaram os braços desde às 7h. A previsão do sindicato é que a movimentação continue até às 12h. A iniciativa é motivada por tentativas de negociações com o Governo Federal ao longo de mais de 20 anos, conforme o presidente do sindicato da categoria, Nelson Oliveira.

"Estamos tentando conversar com o governo há mais de duas décadas e em nenhum momento fomos ouvidos. Abrimos essa situação agora para toda a população e, se não der certo, vamos partir para uma greve mesmo a partir de janeiro ou fevereiro do ano que vem", disse o sindicalista.

No Amazonas, os agentes também reclamam sobre a quantidade de policiais federais existentes na corporação para atuar nas fronteiras do país. "Não tem concurso para agente federal há bastante tempo. Esse que está sendo divulgado é para agente administrativo. Somos poucos para tomar conta de uma fronteira gigantesca", disse o presidente do sindicato.

A categoria quer também que seja feita uma reestruturação na carreira dos agentes federais. Segundo o sindicato, os policiais federais não recebem correção salarial há mais de cinco anos. "Tem policial trabalhando há seis anos sem nenhum tipo de aumento na remuneração. É um grande descaso e tudo isso desmotiva", afirmou Oliveira, que informou ser de R$ 7 mil o salário bruto do agente federal.

Categoria colocou faixa em frente à PF em Manaus (Foto: Camila Henriques/G1 AM)

A agente da Polícia Federal Marlúcia Pinheiro também reclamou a situação dos agentes na fornteira. "Não recebemos nem adicional de fronteira.  Todo mundo tem benefício menos nossa classe. Somos a única categoria que não aceitou as propostas feitas por parte do Governo, porque o valor não repõe as nossas perdas. Não entendo o porquê. Será que é porque a Polícia Federal investiga o Governo?", questionou a agente federal.

Outra pauta de reivindicação é o assédio moral que os funcionários dizem sofrer. Nelson Oliveira, presidente do sindicato, disse receber inúmeras denúncias. O presidente do órgão afirmou ter respondido a dois processos disciplinares por perseguição a policiais.