Direção-Geral sugere o apartheid salarial para a Fenapef

Data: 11/12/13

 

 

Na tarde desta quarta-feira, 11, o presidente da Fenapef Jones Borges Leal recebeu uma ligação do diretor da PF Leandro Daiello. Pelo telefone, o diretor-geral conversou com o presidente da Fenapef e sugeriu um índice de 15,8% aos policiais das classes especial e primeira, e sugeriu um índice de 25,8% aos policiais da segunda e terceira classe.

 

Essa “sugestão” da direção-geral significa que 13% dos agentes, escrivães e papiloscopistas das classes iniciais receberiam um índice de recomposição salarial que é o dobro do índice proposto a 87% dos colegas das outras classes.

 

O diretor-geral declarou que, se tais índices fossem aceitos, seria reiniciada uma mesa de negociação sobre carreira em junho de 2014, e que seria concedida aos policiais a reabertura de prazo para compensarem os dias da greve.

 

Dirigentes sindicais têm estranhado o papel da direção-geral da PF, que não participa das mesas de negociação e, de repente, aparece em momentos críticos, aparentemente sob a ordem do ministro da justiça, e sai do seu casulo para tentar interferir nas agendas políticas que estão em andamento.

 

Cálculos da Fenapef apontam que essa sugestão do diretor-geral possui um impacto orçamentário já oferecido nas mesas de negociação realizadas no MPOG. Portanto, não houve avanço nenhum, e ocorreu simplesmente a apresentação de uma sugestão distorcida que divide a base de servidores.

 

Atualmente a Fenapef tem promovido uma intensa agenda política em Brasília, com foco num índice linear que busque corrigir, pelo menos, parte considerável da corrosão inflacionária dos últimos cinco anos. A meta é conscientizar a alta cúpula do Governo Federal do processo de sucateamento que a PF vivencia, e infelizmente as intervenções da direção-geral da PF só atrapalham.

 

Depois de recebida a ligação do diretor-geral, foi realizada uma videoconferência entre os diretores da Fenapef e todos os presidentes de sindicato, por todo o país. O objetivo foi evitar os ruídos causados pelas interferências da direção-geral, que costuma distribuir mensagens eletrônicas num momento em que grande parte dos policiais está ansiosa.

 

E a deliberação dos dirigentes sindicais foi unânime, com as seguintes diretrizes:

 

- a meta emergencial é a recomposição linear da inflação dos últimos cinco anos. Se a direção-geral da PF não quer ajudar, que não atrapalhe;

- já participamos de dezenas de mesas de negociação, e o que importa é vontade política para melhorar a Polícia Federal;

- a oportunidade de reabertura de prazo para a compensação dos dias de greve já é prevista no acordo inicial assinado com o MPOG.

 

Não existe radicalismo por parte dos dirigentes sindicais da Fenapef e Sindicatos Filiados. Todos os processos decisórios são levados ao Conselho de Representantes, que refletem as decisões construídas democraticamente através do voto em assembleias, com a possibilidade de participação de todos os policiais federais sindicalizados.

 

Lembre-se: todos os dias colegas estão longe de suas famílias e estão lutando por você. Desconfie das tentativas de nos jogar uns contra os outros. Aceitar um índice vergonhoso de 15,8% para nossos colegas significa desistir das nossas próprias crenças, significa abandonar o orgulho que sentimos, e ceder às manobras daqueles que querem desvalorizar os nossos cargos.

 

Se permanecermos unidos, somos a categoria mais forte do país, e o Governo sabe disto.

 

 

DIRETORIA DA FENAPEF

 

 

 

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