CSB, FENAPEF e sindicatos pedem o apoio de Temer aos policiais federais

Data: 12/12/13

 

Na tarde de ontem, 10 de novembro, o vice-presidente da República, Michel Temer ‑ que exercia a Presidência da República ‑, recebeu Antonio Neto e dirigentes da federação e de sindicatos dos policiais federais de vários estados. No encontro, foram discutidos o reajuste salarial da categoria e a PEC 51/2013, que prevê a desmilitarização e a unificação das polícias estaduais no Brasil. A CSB e as entidades pediram o apoio do vice-presidente nas lutas da categoria.

 

Representantes da Federação Nacional dos Policiais Federais (FENAPEF) e dos Sindicatos dos Policiais Federais de São Paulo (SINDPOLF-SP), Minas Gerais (SINPEF-MG), Brasília (SINDPOLF-DF) e Rio Grande do Norte participaram da reunião e apresentaram ao presidente em exercício a urgente necessidade da recomposição salarial desses trabalhadores. Desde 2006 os salários da categoria estão congelados.

 

Segundo Alexandre Cavalcanti, diretor da FENAPEF, a perda do poder aquisitivo do salário dos policiais federais chega a 50%. “Categorias que há anos ganhavam menos que nós hoje recebem o dobro. Ficamos satisfeitos com as conquistas desses companheiros, mas nós também precisamos ser valorizados”, defendeu.

 

Na análise do presidente do SINPEF-MG, Rodrigo dos Santos Marques, a proposta do governo ‑ de 15,8% de reajuste ‑ é insuficiente. “Tendo em vista a nossa defasagem salarial de sete anos, a recomposição inflacionária mínima necessária para os vencimentos da categoria é de 45%”, argumentou.

 

“Queremos um diálogo com o governo para enxergarmos uma luz no fim do túnel. Um aumento linear de, pelo menos, 26% já nos daria mais tranquilidade”, ressaltou Jones Borges Leal, presidente da FENAPEF.

 

Além da questão salarial, a categoria reivindica a reorganização da Polícia Federal, com a reestruturação dos cargos, e a democratização da PF por meio da PEC 51, que também visa criar uma ouvidoria externa.

 

Apoio e respeito

 

Michel Temer se mostrou solícito às reivindicações da categoria e afirmou que o apoio do Congresso à pauta é muito importante. O vice-presidente se comprometeu também em buscar respaldo interno do governo e junto aos parlamentares.

 

“Tivemos uma impressão muito boa da reunião. Ficamos felizes com o fato de o Temer já ter conhecimento dos problemas que levamos até ele”, disse Flávio Werneck, presidente do SINDPOLF-DF. “A boa vontade do vice-presidente nos enche de esperança para que consigamos alcançar o nosso pleito”, completou o presidente do SINDPOLF-SP, Alexandre Santana Sally.

 

 

Filiação

 

Na audiência, o presidente da CSB apresentou a Michel Temer os novos filiados da categoria e os integrantes da direção nacional da Central. Os quatro sindicatos presentes à reunião firmaram compromisso com a luta da entidade. Flávio Werneck, nomeado vice-presidente, se dispôs a comandar a CSB no Distrito Federal. Rodrigo Marques é uma forte liderança em Minas Gerais e cumprirá um papel fundamental na organização da Central no Estado.

 

A articulação política da CSB junto ao governo foi destacada pelos dirigentes. “A Central já se mostrou fundamental na nossa luta. Só em nos dar acesso ao primeiro escalão do poder executivo, já demonstra o poder político da entidade”, ressaltou Alexandre Cavalcanti, da FENAPEF.

 

Para Rodrigo Marques, do SINPEF-MG, uma central sindical forte transmite experiência e é capaz de chegar às últimas instâncias em defesa da categoria. “No nosso caso, a CSB pode nos ajudar no nosso trabalho no serviço público, para que a população o receba de maneira mais eficiente. Esse trabalho melhora o contato entre o servidor da polícia e a população”, argumentou.

 

“Essa intermediação da CSB foi um primeiro passo para que, em 2014, tenhamos uma solução para essa questão salarial e a reestruturação da Polícia Federal”, comentou Jones Leal, da FENAPEF.

 

O presidente do SINDPOLF-SP afirma que a reunião com o vice-presidente da República foi a conquista mais importante desse período de negociação. “A CSB mostrou força e vontade em atender aos pleitos dos policiais federais”, concluiu Alexandre Sally.

 

Trabalhadores da marinha mercante

 

Alcir da Costa Albernoz – vice-presidente da CSB e presidente do Sindicato Nacional dos Condutores da Marinha Mercante e Afins (SINCOMAM) – também participou da audiência com o vice-presidente. O dirigente apresentou a Michel Temer a dificuldade de negociação do sindicato com a Transpetro, subsidiária da Petrobrás, responsável pela logística dos produtos da empresa. Os trabalhadores representados pelo SINCOMAM são empregados concursados da Transpetro.

 

Albernoz argumenta que a forma unilateral com a qual a subsidiária vem tratando as negociações de interesse da categoria têm comprometido as condições de trabalho dos profissionais.

 

“A Transpetro chega à mesa de negociação e apresenta uma proposta sem aceitar argumentação dos nossos dirigentes. Nos sentimos ultrajados com essa recusa da empresa em atender às nossas necessidades”, contestou o presidente.

 

As principais reivindicações do sindicato são a liberação e remuneração de seus dirigentes; equivalência na gratificação paga ao eletricista, que não é repassada aos condutores; e a necessidade de três profissionais bombeadores em cada navio.

 

“Ninguém está pedindo absurdos, apenas uma isonomia de tratamento entre todos os sindicatos da categoria”, pontuou Albernoz. Para o dirigente, o respaldo da CSB e a iniciativa de levar a causa dos trabalhadores ao governo representa uma esperança.

 

“A acolhida foi calorosa. Acreditamos que, pelo prestígio que o Antonio Neto tem ‑ de ser um grande negociador e muito respeitado ‑, consigamos alcançar nossos direitos”, finalizou o presidente do SINCOMAM.

 

 

 

 

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