Primeira UPP completa cinco anos

Data: 20/12/13

 

A primeira Unidade de Polícia Pacificadora do Rio de Janeiro começou a funcionar há exatos cinco anos. Neste período, 36 unidades transformaram a vida de 1,5 milhão de pessoas. O projeto revolucionou a segurança pública no estado, mas ainda tem grandes desafios pela frente.

As estatísticas comprovam avanços: a violência diminuiu. A taxa de homicídios caiu na maioria das comunidades pacificadas e hoje é menor do que nas outras áreas da cidade. “A ideia da pacificação é maravilhosa. Nós éramos como um arquipélago, totalmente afastados do continente. A pacificação é a porta de entrada de todos os benefícios sociais”, afirma Orlando Dato, carteiro comunitário.

A segurança ajudou a estimular a economia. Os negócios em áreas pacificadas cresceram 30% e já são 1,7 mil micro-empresários. As comunidades pacificadas também viraram ponto turístico disputado por visitantes do mundo todo. Os moradores aproveitaram essa oportunidade. Na virada do ano, por exemplo, ver a queima de fogos do alto do Morro do Pavão Pavãozinho, de frente para o mar de Copacabana, vai custar R$ 1350 por pessoa.

A cidade inteira sentiu a mudança. Sem o domínio do tráfico nas favelas, os imóveis do entorno valorizaram, em média, 15%.

Mesmo com tantos pontos positivos, ainda tem muito para melhorar, com desafios na área social e também na segurança. Em algumas comunidades pacificadas, tiroteios frequentes voltaram a assustar os moradores.

Há também casos como o do assassinato do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, na favela da Rocinha. O ex-comandante da UPP e 12 PMs foram presos acusados do crime. “Nunca vamos ter a garantia de que não vamos ter disparo de fogo, de que não há mais nenhuma arma nesses lugares. Claro que a polícia tem dificuldade de chegar em determinados lugares, é dificílimo o acesso. Mas a polícia não vai sair desses locais”, garante José Mariano Beltrame, secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro.

Para Beltrame, o sucesso das UPPs depende também de conquistas sociais, como a reurbanização das favelas: “Essa questão da reconfiguração geográfica, da topografia da favela, tem que ser discutida, tem que sair do campo do tabu e vir para a discussão, e isso não pode ser uma discussão política, partidária, uma discussão cheia de ideologia. Tem que ser uma discussão que leve em primeiríssimo lugar o interesse público”.
 
A previsão é concluir o projeto no ano em que o Rio de Janeiro vai receber a Copa do Mundo. “Nós fizemos um plano para 40 complexos de favelas e esse plano nós vamos cumprir. Nós vamos implantando-as conforme a gente planejou em 2008 e vamos executar até o final de 2014”, promete Beltrame.

 

 

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