Chefe da Polícia Civil afasta delegado da 12ª DP por incapacidade de gestão

Data: 03/01/14

Rio - A Chefe de Polícia Civil, delegada Martha Rocha, exonerou do cargo de titular da 12ª DP (Copacabana), o delegado José William de Medeiros, após denúncias do DIA desta quarta-feira, que mostrava pessoas desesperadas procurando seus documentos roubados espalhados no chão da delegacia. Na ocasião, uma vítima arrumou caixas de papelão e organizou os documentos das outras pessoas.

 

"Para a chefe de Polícia, o delegado não teve capacidade de gestão e gerenciamento, já que todos os recursos solicitados por ele foram atendidos, e ainda assim o atendimento ao público na virada do ano e no dia 1º de janeiro foi inaceitável", diz comunicado.

 

A delegada Izabela Santoni, que atuava como adjunta na Delegacia Fazendária (Delfaz), foi escolhida pessoalmente pela delegada Martha Rocha para ser a nova titular.

 

Em janeiro do ano passado, na Delfaz, Izabela indiciou o médico Adão Orlando Crespo Gonçalves por falsidade ideológica e estelionato contra a administração pública. Adão faltou ao plantão no Hospital Salgado Filho, no Natal de 2012, quando a menina Adrielly dos Santos Vieira, de 10 anos, foi baleada e morreu por falta de atendimento.

 

O delegado José William ficará à disposição da Coordenadoria das Delegacias de Acervo Cartorário (CDEAC) para nova lotação. O Sindicato dos Delegados de Polícia do Rio de Janeiro (Sindepol) manifestou apoio ao delegado através de nota.

 

"Evidente era a necessidade de um planejamento especial por parte da alta Adminitração da Polícia Civil, o qual não ocorreu, permanecendo a Delegacia de Copacabana responsável pela Central de Flagrantes de toda aquela região, por onde transitavam cerca de três milhões de pessoas", diz o texto.

 

Cariocas e turistas reclamam de mau atendimento

 

O primeiro dia do ano foi de transtorno e aborrecimento para quem passou o Réveillon na Praia de Copacabana. Dezenas de pessoas que tiveram seus pertences furtados enfrentaram delegacia lotada para registrar os casos e encontraram centenas de documentos e carteiras espalhados pela 12ª DP (Copacabana). Pela manhã, o que se via no saguão da unidade era fila para atendimento e várias pessoas sentadas no chão, procurando seus pertences entre uma pilha de identidades, cartões bancários e carteiras encontradas.

 

Revoltados com a desorganização do atendimento, muitos cariocas e turistas reclamaram. “Estava tudo no chão, a gente tinha que se virar, agachar e procurar as nossas coisas. Eu que arrumei as caixas de mercado para poder organizar os documentos, as carteiras. Qualquer pessoa pega algo aqui, fala que é seu e vai embora, sem registrar”, criticou o paulistano Isaque de Souza Gonçalvez, que teve a câmera, carteira e dinheiro retirados de seu bolso em frente ao palco principal da orla.

 

“Fizemos o registro e simplesmente pediram para ir a outra delegacia. Levaram nosso dinheiro, cartão. Nem dinheiro para voltar a gente tinha. Não somos daqui e precisamos ir embora. Foi o primeiro e último Réveillon aqui. Estou decepcionada demais”, desabafou a mineira e operadora de telemarketing Luciana Fidélis.

 

OUTRAS NOTÍCIAS

Levantamento alerta para direitos do servidor público estudante

1ª Turma mantém júri do caso Villela

Agente da PF ganha direito de remoção após ser vítima de assédio

Texto da reforma da Previdência é aprovado na CCJ