Porque o Brasil não consegue se livrar da corrupção

Data: 07/01/14

 

Os anos passam, algumas caras políticas mudam, governos tomam medidas nominalmente relativas à transparência, um e outro saqueador dos cofres públicos vai preso, e o problema parece não diminuir no mais mínimo que seja: o Brasil continua um dos países mais corruptos. É assim que o vemos e é uma das primeiras coisas que os outros pensam de nós.

Segundo o último levantamento da Transparência Internacional, somos o 72º colocado na lista dos 177 países analisados acerca da percepção da corrupção pelas populações nacionais. Numa escala que vai de zero (extremamente corrupto) a cem (muito transparente), saímos com nota 42. Estamos atrás de todos os países desenvolvidos, naturalmente, e também do Uruguai e do Chile, vistos como os menos corruptos da América Latina.

O POVO examina nas próximas páginas razões pelas quais a roubalheira não diminui: a lentidão da Justiça, o tamanho da burocracia estatal e, claro, o voto dos eleitores em políticos denunciados e punidos por crimes contra a administração pública.

“Ainda que tenhamos avançado na questão da transparência e do controle social, desde que o índice de percepção de corrupção começou a ser divulgado, em 1995, a situação do Brasil é praticamente a mesma”, afirma Gil Castello Branco, fundador e secretário geral da associação Contas Abertas, que acompanha o uso do dinheiro públicos pelos governos brasileiros.

Nesse aspecto, Gil cita como exemplos de melhoria a Lei de Acesso à Informação, sancionada pela presidente Dilma Rousseff em 2001, e os portais da transparência. Mas o especialista faz ressalvas. “A Lei de Acesso à Informação não foi regulamentada por grande parte dos estados e municípios. E a lei que obriga os governos a colocar as contas na Internet ainda não é cumprida pela enorme maioria dos municípios”.

Aos desanimados com a impunidade de agentes públicos - e privados associados - que roubam o dinheiro do povo, Gil resume a fé na vigilância e na cobrança: “A sociedade precisa entender que não há outro caminho. O Estado somos nós. Os políticos são nossos empregados”.


"Segundo último levantamento da Transparência Internacional, somos o 72º colocado na lista dos 177 países analisados acerca da percepção da corrupção pelas populações nacionais."

 

 

OUTRAS NOTÍCIAS

Levantamento alerta para direitos do servidor público estudante

1ª Turma mantém júri do caso Villela

Agente da PF ganha direito de remoção após ser vítima de assédio

Texto da reforma da Previdência é aprovado na CCJ