Governo federal e sedes da Copa do Mundo estimam gastos de R$ 1,5 bilhão na compra de equipamentos de segurança

Data: 03/02/14

 

Autoridades estão preocupadas com manifestações programadas e com reação exagerada da polícia. A ordem é que haja um trabalho sincronizado entre os órgãos de segurança para evitar complicações.

Um robô anti bomba guiado por controle remoto. Tanques com jatos d`água potentes para dispersar multidões. Pequenas aeronovas que captam e transmitem som e imagem aos centros de comando, além do arsenal já conhecido dos manifestantes: spray de pimenta, pistola de choque e granadas de efeito moral.

O governo federal e doze estados, que vão receber jogos da copa do mundo, estimam gastos de um bilhão e meio de reais com a compra de armas, reformas de estruturas e cursos.

Entre Neymar e Messi de um lado e protestos de rua de outro, autoridades apostam que a grande maioria dos brasileiros vai entrar no ritmo dos jogos. Mas sabem que manifestações estão sendo programadas e que uma reação exagerada da polícia pode provocar tumultos em cascata.

Por isso, de acordo com Marcos Leôncio, da Associação dos Delegados da Polícia Federal, a ordem é de um trabalho sincronizado dos órgãos de segurança.

Na lista de compras destaque para as armas não letais, mas há até equipamentos anti-terrorismo. Cem milhões de reais foram repassados aos estados para a aquisição de um aparelho capaz de identificar pessoas com detalhes na completa escuridão, como explicou em entrevista ao repórter Igor Avezedo, o coordenador de segurança da copa em Minas Wagner Mattos.

“O equipamento chamado imageador aéreo é o mesmo utilizado na ocasião do atentado em Boston no ano passado. É um equipamento de ponta no mundo”.

As polícias estaduais terão papel crucial no esquema de segurança porque farão o serviço nas ruas. Se houver lacunas o reforço virá das Forças Armadas. No Distrito Federal, onde a PM em campanha salarial desencadeou a operação tartaruga, o monitoramento é feito de perto para evitar paralisações na Copa.

Os militares do exército, marinha e aeronáutica estarão de prontidão e poderão ser acionados, mas a ideia inicial é usá-los mais no serviço de fronteira, crimes cibernéticos e controle do espaço aéreo.

A Força Nacional também irá auxiliar os casos mais graves.  A Polícia Federal e a Polícia Rodoviária vão escoltar autoridades e as 32 delegacões, além de cuidar de aerorportos, estradas, tráfico internacional. Sindicatos que representam os vinte mil agentes das duas corporações dizem que não há pessoal para tudo, além da infra estrutura precária, diz Pedro Cavalcante da Polícia Rodoviária Federal.

A Agência Brasileira de Inteligência e a Polícia Federal enviam relatórios periódicos às autoridades das 12 cidades sede. São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro são considerados os pontos mais críticos; só na cidade palco da final da copa foram R$ 200 milhões em armamento, três aviões além de tanques. também há preocupação com Belo Horizonte e cidades onde houve protestos na copa das confederações, como Fortaleza e Porto Alegre. A estratégia de prevenção inclui a conversa direta com organizadores dos movimentos.

Prefeituras e estados estão chamando líderes identificados em redes sociais para uma conversa aberta: dizem que o protesto será permitido e contará com a segurança da PM, mas não será tolerados vandalismos e agressões. Apreensão maior com as Fun Fests, festas de rua, organizadas pela Fifa com telões para quem não for ao estádio. Em Brasília a previsão é que ocorram na Esplanada, cenário das manifestações mais agressivas de junho do ano passado. O presidente da Embratur Flávio Dino acha que é possível conciliar as duas coisas.

“Nós não podemos imaginar que um evento como a Copa só acontece normalmente em ditaduras. Assim como outros países do mundo organizam o evento, convivem com protestos, no Brasil será possível fazer essa convivência.”

A presidente Dilma Rousseff fará pessoalmente a revisão final do plano de segurança para o período da copa.

 

 

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