Agentes da Polícia Federal que atuam em Mato Grosso fizeram um protesto na manhã desta sexta-feira (7), na frente do prédio da Superintendência da PF, em Cuiabá, para cobrar, principalmente, o aumento do efetivo e a reestruturação salarial. Eles participaram de um 'algemaço' e colocaram faixas, sendo que uma delas com o lema da mobilização: 'Algemas vazias = corruptos soltos'. O protesto, de acordo com o presidente do sindicato regional da categoria, Erlon José de Souza, está sendo realizado em vários estados.

 "Sem as minímas condições de trabalho, não tem como combater a corrupção", declarou o sindicalista. Ela explicou que há alguns anos as reivindicações dos trabalhadores são as mesmas, pois nenhuma contraproposta é apresentada pelo governo federal. "Tem cinco anos que estamos brigando por isso. Em 2012, chegamos a fazer 70 dias de greve e o governo não negociou com a categoria", disse.

Sobre a falta de efetivo, ele exemplifica que na região de aproximadamente 900 km de fronteira seca com a Bolívia, na região de Cáceres, a 250 km de Cuiabá, só tem 45 policiais. "Para se ter uma ideia, em Foz do Iguaçú [oeste do Paraná] tem 360 homens da Polícia Federal, mesma quantidade que tem em Mato Grosso. Isso contando com os agentes administrativos, delegados, papiloscopistas, perito e escrivão", disse. Com isso, segundo Erlon, sobram poucos para atuar como policial.

A reestruturação da carreira se faz necessária, na avaliação do sindicalista, pois, para se fazer o concurso, é exigido curso superior, porém, o servidor é reenquadrado como se tivesse nível médio. "O governo está tirando vantagem sobre isso", reclamou. Para fazer a mobilização, os agentes paralisaram as atividades por duas horas, nesta sexta-feira. Das 8h às 10, os trabalhos foram suspensos e, em seguida, retomados.