Policiais federais penduram as algemas em alusão ao ato de pendurar as chuteiras (Foto: Caio Vasques / RPC TV)
Agentes da Polícia Federal (PF) em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, promoveram um ‘algemaço’ na início da manhã desta sexta-feira (7) em protesto, entre outros, à falta de incentivo à carreira. Segundo os servidores, o órgão vem sofrendo constantes boicotes por parte do governo federal como uma forma de castigo pelas operações anticorrupção encabeçadas pela corporação. Na lista de retaliações estaria a defasagem salarial que, segundo o sindicato da categoria, passa de 40% no acumulado dos últimos sete anos.
Uma das consequências, apontam, é a desvalorização da carreira. “O atual governo transformou uma carreira cobiçada numa espécie de carreira-trampolim, onde os novos servidores já ingressam provisoriamente pensando em outros concursos”, destacou em nota o Sindicato dos Policiais Federais do Paraná (Sinpef-PR). Em 2013 – mesmo período em que cerca de 500 novos agentes ingressaram na corporação - ao menos 230 deixaram a profissão. Destes, metade desistiu ainda no início da carreira, e o restante se aposentou. “Não há incentivo nenhum para que permaneçam na ativa”, completou.
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O protesto realizado na delegacia de Foz do Iguaçu, uma das maiores do país, faz parte da manifestação nacional marcada para esta sexta. “Os agentes estão penduranado as algemas em alusão ao ato de pendurar as chuteiras. Os policiais estão cansados de denunciar o abandono e o descaso contra a PF infringido pelo governo federal. O efetivo está reduzido, os investimentos não existem e há cortes no orçamento. Isso é preocupante, principalmente em um ano com grandes eventos no país, como a Copa do Mundo”, comentou a presidente local do sindicato, Bibiana Orsi.
O ‘algemaço’ também foi realizado em outras cidades do estado, como Maringá, na região norte, e em Curitiba.
Paralisação
O Sindicato dos Policiais Federais (Sinpef) do Paraná informou que, na terça-feira (11), os policiais federais do estado vão paralisar as atividades por orientação da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef). Porém, pelo menos, 30% do efetivo será mantido para os serviços considerados essenciais pela categoria.
As reivindicações motivadoras do ato, segundo o sindicato, são: a falta de reconhecimento das atribuições legais, as perseguições pós-greve, o assédio moral e a defasagem salarial.