PR: Policiais federais cruzam os braços

Data: 12/02/14

 

Aeroportos, áreas de fronteira, portos e delegacias da Polícia Federal no Paraná amanheceram sem policiais e agentes da policia federal nessa terça-feira, 11 de fevereiro.  Mais duas paralisações já estão marcadas para os dias 25 e 26 de março. A mobilização da policia federal é nacional e reivindica melhores condições de trabalho; pelo fim do assédio moral; melhores salários; a criação de uma lei orgânica que reconheça suas atribuições – uma vez que são cargos para os quais é exigido ensino superior, na admissão, mas com subsídio compatível a ensino médio; e o fim do sucateamento da estrutura da PF em todo Brasil.

Na sexta-feira (7/02), agentes, escrivães e papiloscopistas já haviam realizado um ‘algemaço’ em frente à Superintendência Regional da PF, em Curitiba (PR). O ato fez parte do primeiro dia do ‘estado nacional de greve’ decretado na segunda-feira, 03/02. Além da paralisação do dia 11/02, estão marcadas mais duas, dias 25 e 26 de março em todo país.

Para o presidente do SINPEF/PR- Sindicato dos Policiais Federais do Paraná (filiado à União Geral dos Trabalhadores), Fernando Vicentine, “infelizmente mais uma vez os policiais federais estão indo às ruas alertar a população quanto ao descaso que a categoria vem recebendo do governo federal. Desde o ano passado estamos em constante negociação com a gestão pública e ao invés de avançarmos nos acordos, tivemos durante esses meses um grande retrocesso e sucateamento da estrutura da PF. No Paraná, temos aeronaves que não decolam por falta de combustíveis, barcos que não entram no mar por falta de tripulação e delegacias sem condições humanas para o exercício da atividade”, denuncia Vicentine. Para o dirigente sindical, a imagem pública que a população tem da polícia federal está muito distante da triste realidade. “O assédio moral e a falta de estrutura de apoio à saúde dos trabalhadores têm como conseqüência um alto índice de suicídio entre policias. Nos últimos anos 22 agentes da PF cometeram suicídio, sendo que 11 desses casos foram registrados entre 2012 e 2013.”, diz Fernando Vicentine.

No Paraná a paralisação atingiu a área de fronteira em Foz do Iguaçu e em Paranaguá, na vistoria dos navios atracados. Nas outras seis delegacias foram comprometidos os serviços de emissão de passaportes e checagem em aeroportos. Em Curitiba os policiais federais além de paralisarem as atividades, foram às ruas, em frente as obras da Arena do Atlético, onde distribuíram panfletos e conversaram com a população. “Estamos aqui, com o apoio do SELETROAR e da UGT, denunciando mais uma vez o desrespeito do governo federal com os policiais federais. “Nossa luta vai muito além de reivindicar melhores salários; queremos exercer nossas atividades com dignidade, respeito, estrutura adequada e compatível com as necessidades que os grandes eventos exigem dos policiais federais”, disse Vicentine. Nesse caso o dirigente se referiu ainda ao pedido feito pela federação nacional dos policiais federais para que o órgão fique fora dos esquemas especiais de segurança para a Copa do Mundo. “Seria uma grande mentira dizer que a polícia federal participará desse esquema de segurança para os jogos da Copa. Não há estrutura humana e física para o controle normal de entrada e saída de estrangeiros no Brasil, imaginemos então como será isso durante a Copa”, falou Vicentine à população. “Se nossa polícia federal tivesse equipamentos funcionando em portos, áreas de fronteira e aeroportos, dificilmente teríamos a fuga de procurados pela justiça”, denunciou mais uma vez Vicentine, citando o caso recente da fuga do condenado do ‘esquema do mensalão’ Henrique Pizzolato, que saiu do Brasil pela fronteira sudoeste (em Santa Catarina) e com passaporte falsificado em nome do irmão, falecido há 30 anos.

Pela estimativa da Federação Nacional dos Policiais Federais, no Brasil são cerca de 14 mil agentes, escrivães e papiloscopistas.  No Paraná são pouco mais de 500 policiais federais. Na mesma proporção, a polícia federal tem apenas um terço do contingente mínimo para atender nossa demanda, ou seja, precisamos ter no país próximo de 45 mil policiais, sendo 1500 apenas no Paraná. A quem interessa todo esse descaso e o sucateamento da policia federal?” Questiona Vicentine.

 

 

Os policiais federais do Paraná foram às ruas nessa terça-feira,11/02

 

 

Fernando Vicentine com o diretor do SELETROAR, Moacir Barbosa Correia Filho (D)

e da UGT, Giovane Caetano (E)

 

 

A população recebeu folhetos denunciando a precarização na policia federal

 

 

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