Ao mesmo tempo em que dezenas de técnicos e integrantes oficiais da Fifa chegavam ao Congresso Técnico no Costão do Santinho, em Florianópolis, cerca de 30 policiais federais protestavam pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 51, ou PEC da Paz, que propões alterações nas carreiras policiais. Mesmo à distância, eles conseguiram exibir faixas de protesto para o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke.

Por conta do pesado esquema de segurança, os manifestantes acabaram protestando na última descida da entrada para a praia do resort, onde também está instalada a última barreira da Polícia Militar. Os organizadores da segurança do evento exigiram uma distância de 700 metro entre as manifestações e o Workshop, o que já era previsto pelos policiais.

A PEC em questão mudaria as políticas nas carreiras policiais, tanto militar, civil e federal. Com a aprovação da proposta, a Polícia Militar deixa de ser militar, acabando com concursos para cargos de chefia. O mesmo aconteceria com a Polícia Civil.

Outra reivindicação seria a reestruturação dos cargos de agentes, escrivães e papiloscopistas (especialista em impressões digitais), que são praticamente 80% dos policiais federais no Brasil. Os concursos para essas posições são de nível superior, mas no Ministério do Planejamento, órgão pagador do governo, eles são considerados de nível médio.

A Polícia Federal de todo o país está com mobilizações previstas para esta semana. Os protestos desta terça-feira foi local e fora do calendário, pela oportunidade do evento da Fifa.

- Ainda estamos estudando outras manifestações no local. Mas conseguimos estender nossa faixa e marcar nossa presença perante a comitiva do Valcke (secretário-geral da Fifa) -, explicou Joel Moraes Ferreira, presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Estado de SC.

Em conversa com o presidente da Assembleia Legislativa, Romildo Titon, Joel Moraes e José Carlos Nedel Fagundes, diretor de estratégia da Federação Nacional dos Policiais Federais, explicaram a causa de reestruturação da polícia federal, além da ideia de debate sobre segurança pública proposta pela corporação.

-  Os policiais federais estao querendo discutir segurança pública no país. Não podemos mais ficar fora deste debate, principalmente no momento em que o Brasil se encontra. E segurança pública permeia tudo. De saúde ao social -, afirmou Nedel.