Fifa diz que terrorismo não preocupa no Brasil e ignora projeto de lei
Data: 19/02/14
MANAUS - Enquanto o Congresso se apressa para debater um polêmico projeto para tipificar o crime de terrorismo no Brasil, a Fifa dá de ombros para a discussão e diz que não se preocupa com esse tipo de ameaça para a Copa-2014. Ao ser questionado pela “Folha de S.Paulo” durante visita à Arena de Manaus, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, demonstrou sequer saber do debate em torno do projeto, ao pedir ajuda para saber do que se tratava.
“Nunca tive a sensação que o Brasil fosse um país onde o terrorismo fosse uma preocupação real, onde houvesse medo do terrorismo que colocasse isso no topo da lista de preocupações”, disse Valcke.
Para ele, a principal preocupação é com a segurança de torcedores, atletas e imprensa, e é isso que a Fifa vem discutindo com o governo. “Segurança está na lista das preocupações. Na Fifa, o que discutimos é o compromisso do governo para garantir a segurança. Não há o que possamos falar sobre uma legislação nacional”, completou.
Após elogiar a estrutura da Arena da Amazônia, que apesar dos 97% de conclusão ainda não tem data para ser inaugurada, Valcke alfinetou Recife, que não vai realizar a “fan fest” para economizar dinheiro.
“Parabéns a Manaus, escolheu um lugar incrível para a ‘fan fest’. A ‘fan fest’ é parte integrante da Copa do Mundo. Quem diz que a Copa pode acontecer sem ‘fan fest’ se engana. Não estou citando nenhuma cidade em particular, talvez um pouquinho Recife”, afirmou.
Para o dirigente da Fifa, é um “erro” não fazer a festa, destinada a torcedores sem ingresso para os jogos. “Deveria ter uma ‘fan fest’, faz parte da Copa. A Copa não é só para quem vai ao estádio ou vê pela TV. Muitos viajarão mesmo sem ingresso. Não ter ‘fan fest’ é um erro”, disse.
Valcke ainda rebateu críticas de que a festa seria uma maneira de potencializar o lucro da entidade durante a Copa. “A Fifa não faz dinheiro com ‘fan fest’. É para a cidade, não é uma maneira da Fifa fazer dinheiro”.