RS: PF paralisa atividades e serviços ao público são suspensos
Data: 25/02/14
Os policiais federais do Rio Grande do Sul paralisaram novamente as atividades nesta terça-feira (25), seguindo a mobilização nacional. De acordo com o Sindicato dos Policiais Federais do Rio Grande do Sul (SINPEF/RS), o protesto é feito contra o descaso do Governo Federal com a categoria. Em Porto Alegre, os servidores permanecerão concentrados no saguão da Superintendência Regional, que fica na avenida Ipiranga, onde haverá um ato público às 10h, e nas 13 delegacias da Polícia Federal, no interior do estado. A expectativa é que eles continuem paralisados também na quarta-feira (26).
"Temos um índice de 90% dos agentes parados em todo o estado. No total, são 600 agentes e 550 estarão paralisados entre hoje e amanhã", apontou Ubiratan Antunes Sanderson ao G1, vice-presidente do SINPEF/RS. De acordo com ele, escrivães, agentes e papiloscopistas aderiram à greve. Outros servidores da Polícia Federal, como delegados e agentes de perícia não paralisaram as atividades.
No Rio Grande do Sul, serão suspensos os serviços de atendimento ao público, como oitivas, porte de arma, atendimento a estrangeiros, controle de empresas de vigilância, bancos e produtos químicos. A emissão de passaportes será cancelada, sendo atendidos somente os casos emergenciais. A categoria manterá apenas os plantões, as ocorrências em flagrante e a custódia de presos.
"As investigações só serão retomadas na quinta-feira, mas todo o serviço considerado emergencial, que pode prejudicar o cidadão, vai ser atendido. Ou aqueles que já tinham sido agendados", explicou Sanderson.
O movimento ocorre em função da redução dos investimentos na Polícia Federal, com consequente falta de condições de trabalho e de efetivos. Os agentes federais alegam ser os únicos cargos com os salários congelados há sete anos e com perdas superiores a 40%. Eles reclamam também que há ingerências políticas nas investigações, e que suas atribuições constitucionais têm sido repassadas a outros órgãos.
Procurada pelo G1, a Polícia Federal afirma que não irá se pronunciar sobre a greve. Já o Ministério do Planejamento, através de sua assessoria, afirma que nos dois últimos anos, a categoria não aceitou a proposta de reajuste de 15,8% e não fechou acordo com o governo. A pasta afirma que, neste momento, não há margem financeira e fiscal para fazer o reajuste pedido, pois causaria impacto na folha de pagamento. Mas ressalta que as negociações estão abertas.