GO: Cerca de 70% dos policiais federais paralisam atividades por 48h
Data: 25/02/14
Policiais federais realizam nesta terça-feira (25), em todo o país, uma nova paralisação para protestar contra as más condições de trabalho, pedir aumento salarial e denunciar um “boicote” sofrido por parte do governo federal. No estado, 70% do efetivo está de braços cruzados, de acordo com o Sindicato dos Policiais Federais em Goiás (Sinpefgo).
Nesta terça-feira, cerca de 50 policiais federais está reunido na sede da PF, em Goiânia, para protestar. A paralisação deve seguir até quarta-feira (26).
Atualmente, 182 agentes federais atuam no estado, divididos entre as bases em Goiânia, Anápolis e Jataí. Ao G1, O presidente do Sinpefgo, Adair Ferreira dos Santos, afirmou que os serviços prestados pela categoria, como a emissão de passaportes, são realizados parcialmente. “Os casos mais urgentes continuam a ser priorizados. No entanto, a greve paralisou 100% das investigações”, explicou.
O G1 entrou em contato com o Ministério da Justiça, responsável pela Polícia Federal, mas não houve resposta até a publicação desta reportagem.
De acordo com Adair, entre os objetivos da categoria está deixar público que a burocracia imposta pelo governo federal tem atrapalhado a produtividade. “Os dados mostram isso claramente. Entre 2010 e 2013, o número de indiciados caiu de 1.351 para 499, uma significativa diminuição de praticamente 63% no número total de pessoas que foram investigadas”, destacou o sindicalista.
Adair diz que os serviços de inteligência realizados são monitorados de perto pelo governo e isso prejudica o andamento das investigações. “Existe um claro controle político sobre a atuação da PF. Em casos de apuração de atos de corrupção, os chamados ‘crimes de colarinho branco’, os agentes são obrigados a preencher formulários, informando quem são as figuras públicas alvos dos trabalhos. Isso refletiu em uma queda nas apurações”, destacou.
Reajuste salarial
Segundo o presidente do sindicato, a categoria está há sete anos sem reajuste salarial e falta reestruturação da carreira. “A nossa perda salarial já é de quase 50% nesse período. O governo ofereceu um reajuste de 15%, parcelado em três vezes, mas isso não é suficiente. Sem contar que os profissionais se sentem desvalorizados e, quando não se aposentam, usam a PF como trampolim para outras carreiras”, ressaltou.
Adair diz que os agentes federais devem fazer um novo ato, na tarde desta terça-feira, no Aeroporto Santa Genoveva. “Faremos a panfletagem e mostraremos para a população o descaso com a categoria, que realiza um trabalho importante para combater atos de corrupção”, ressaltou.
No último dia 7, a categoria fez uma mainifestação na capital. Cerca de 50 agentes, entre policiais, escrivães e papiloscopistas, protestaram e, como ato simbólico, se acorrentaram em frente ao prédio e penduraram as algemas.