Manaus - O Sindicato dos Policiais Federais no Amazonas (Sinpef/AM) cogita iniciar uma greve perto da realização da Copa do Mundo de 2014, caso a categoria não seja atendida pelo Governo Federal. Os policiais reivindicam um plano de cargos e carreiras e pagamento do adicional de fronteira, lei federal que foi aprovada em julho de 2013, porém ainda não regulamentada pela presidente Dilma Rousseff (PT).

Na manhã desta terça-feira (25), cerca de 60 policiais federais paralisaram suas atividades em frente ao órgão, localizado no bairro Dom Pedro, zona centro-oeste de Manaus. O vice-presidente do Sinpef/AM, José Sobral, ressaltou que nenhum serviço à população foi paralisado.

“Temos um calendário de atividades para março e, dentro disso, dependendo do que o Governo Federal sinalizar, não se descarta uma greve próximo a Copa do Mundo. Dependendo de como o governo quer a PF, pode sim ocorrer. Nossa participação ficará prejudicada, não por outra questão além da falta de motivação. Dentro do que nos obrigue a participar, participaremos, mas desmotivados ficará difícil se desdobrar para que as coisas aconteçam de uma forma mais eficiente”, disse Sobral.

“Queremos que a sociedade saiba do sucateamento dos PFs, causado pelo Governo Federal, principalmente quanto a política de cargos e salários. Os índices da PF de combate ao crime organizado, crime de desvio de recurso público, têm caído. Não temos uma lei que garanta o crescimento profissional dentro do órgão”, explicou o vice-presidente do Sinpef/AM.

Na quarta-feira, as paralisações serão voltadas para a Lei de Adicional de Fronteira (12.855/2013), que garante a indenização para servidores que exercem suas atividades em unidades situadas em fronteiras, que seja vinculadas à prevenção, controle, fiscalização e repressão dos delitos transfronteiriços. Proveniente do Projeto de Lei 4264/2012, a Lei nº 12.855 foi aprovada em 2 de setembro de 2013 pela Câmara dos Deputados, porém ainda não foi sancionada pela presidente.

Atualmente a PF no Amazonas conta com 160 policiais, sendo 40 em Tabatinga ( distante 1.108 quilômetros de Manaus) e 120 na capital.

Segundo Sobral, o salário bruto de um PF vai de R$ 5 mil a R$ 11 mil. “Há sete anos não recebemos aumento. E queremos pelo menos a recomposição inflacionária, que não foi dado. Faz sete anos que nenhum real a mais foi acrescido à categoria”.