“Aqueles que ingressam na PF logo saem em busca de uma carreira mais atrativa”, diz agente da Delegacia de Santo Ângelo

Data: 26/02/14

 

Os policiais federais do Rio Grande do Sul estão paralisando novamente suas atividades hoje (25) e amanhã, em protesto àquilo que a classe considera um descaso do governo federal com a categoria. A paralisação atende a um movimento nacional de mobilização. O último protesto havia sido no dia 7 deste mês, quando, em todo o País, policiais promoveram um “algemaço” em manifestação contra o governo.

No Estado, além da paralisação em Porto Alegre, também participam as 13 Delegacias de Polícia Federal no interior. Os motivos do movimento são a redução dos investimentos na Polícia Federal, com consequente falta de condições de trabalho e de efetivo; o fato de o cargo de agente federal ser o único com os salários congelados há sete anos, com perdas superiores a 40%; ingerências políticas nas investigações; a transferência de atribuições constitucionais da Polícia Federal a outros órgãos; o não reconhecimento do governo federal às funções de inteligência exercidas há décadas pelos agentes; existência de altos índices de doenças psíquicas e de suicídio entre a categoria, sem haver amparo psicológico; e a evasão de agentes federais.

“Com o congelamento dos salários e o salário incompatível com outros cargos de nível superior em serviços públicos federais, aqueles que prestam concurso e ingressam na Polícia Federal logo saem em busca de uma carreira mais atrativa financeiramente. O quadro de servidores tem se reduzido a cada ano. Só no ano passado, 230 servidores deixaram a PF”, diz Nívio Braz, agente federal da Delegacia de Santo Ângelo e membro do conselho fiscal do Sindicato dos Policiais Federais do Rio Grande do Sul (Sinpef/RS). “Além das questões salariais e do quadro de servidores, existem problemas na área de logística no nosso trabalho. Temos feito milagres com poucos recursos.”

Segundo ele, a Delegacia de Santo Ângelo, que atende a uma área composta por 94 municípios, tem hoje 34 servidores – seis delegados, quatro escrivães, dois papiloscopistas e 22 agentes. A partir das 10h de hoje, os servidores se reunirão no saguão de entrada. Ele diz que a próxima paralisação do movimento deverá ocorrer no começo de março, e que as ações serão frequentes.

Durante os dois dias de paralisação, a categoria manterá apenas os plantões, as ocorrências em flagrante e a custódia de presos. Os serviços de atendimento ao público serão suspensos, como oitivas, porte de arma, atendimento a estrangeiros, controle de empresas de vigilância, bancos e produtos químicos. A emissão de passaportes está cancelada, sendo atendidos somente os casos emergenciais.

 

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