Policiais federais ameaçam paralisar durante a Copa do Mundo

Data: 11/03/14

 

Os policiais federais ameaçam cruzar os braços durante os jogos da Copa do Mundo no Brasil. A informação foi dada, nesta terça-feira (11), pelo o vice-presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Estado de Alagoas (Sinpofal), Flávio Moreno, caso as reivindicações não sejam atendidas pelo Governo Federal em tempo.

Ele ainda destacou que 90% dos inquéritos não estão sendo concluídos devido à tamanha burocracia existente na Polícia Federal (PF). Até esta sexta-feira, somente 30% do efetivo estão trabalhando nos serviços internos e o atendimento ao público está limitado a casos emergenciais.


Os policiais querem a “reforma da segurança pública”, segundo disse o sindicalista. Eles pedem a reestruturação da carreira (carreira única e elevação para o nível superior), mais reconhecimento pelos trabalhos os quais desenvolvem, delegação dos cargos de chefia por meritocracia, recuperação dos órgãos da segurança publica que dizem estarem falidos e reestruturação física para a execução dos trabalhos. “Estamos sucateados”, expôs.


Em Maceió, os agentes, escrivães e papiloscopistas organizam uma manifestação em frente à sede da Polícia Federal (PF), no Jaraguá, durante os dias de paralisação, pela manhã. “À tarde, nós iremos fazer uma panfletagem no calçadão do Comércio, no dia 12. No dia seguinte, faremos uma caminhada pela orla até a Jatiúca. E no dia posterior, nosso ato será no Aeroporto”, informou Moreno.


O sindicalista também citou a demora na aprovação das Propostas de Emenda Constitucional (PEC) 51 e 361. A primeira pretende desmilitarizar a polícia; torná-la única a instituição policial; fazer com que todos os policiais realizem o ciclo completo do trabalho preventivo, ostensivo e investigativo; formatar a polícia a realidade regional; organizar as polícias segundo tipos criminais e/ou circunscrições espaciais; dar ao município, a depender das decisões estaduais, novas e amplas responsabilidades na segurança pública.


Já a PEC 361 é uma resposta à rejeitada PEC 37. Ela surgiu da participação de vários policiais federais, não-delegados, especialistas e experientes em diversas áreas de investigação, análise criminal e inteligência policial. A proposta é modernizar a PF tendo como referencial o cumprimento dos objetivos do órgão, e os referenciais são a experiência, pela antiguidade, e a meritocracia, pela eficiência na especialização e dedicação.


Essa não é a primeira vez que a categoria realiza este ato. No último dia 25 aconteceu uma paralisação de 48h e o Ministério da Justiça não respondeu as acusações de que os salários estão congelados, há oito anos, em resposta as operações de combate à corrupção realizadas pelos policiais federais.


Neste mesmo período, o Ministério do Planejamento informou que nos dois últimos anos a categoria não aceitou a proposta de reajuste de 15,8%, feita a todos os servidores públicos federais, e não fechou acordo com o governo. A pasta afirma não ter margem financeira e fiscal para fazer o reajuste pedido, mas disse que está disposta a negociar com os policiais federais.


“É porque nós não queremos somente o reajuste salarial. Nós também queremos o cumprimento da lei que nos coloca como ocupantes de cargo de nível superior”, justificou Flávio Moreno.

OUTRAS NOTÍCIAS

Levantamento alerta para direitos do servidor público estudante

1ª Turma mantém júri do caso Villela

Agente da PF ganha direito de remoção após ser vítima de assédio

Texto da reforma da Previdência é aprovado na CCJ