Servidores federais afirmam que 96% dos inquéritos são ineficientes no país

Data: 11/03/14

A greve de parte dos servidores da Polícia Federal em Alagoas serviu não apenas para cobranças de melhorias para a categoria, mas para apontar outras questões negativas. Durante o primeiro dia de manifesto, o Sindicato dos Policiais Federais de Alagoas (Sinpofal), expôs mais uma vez a fragilidade da segurança pública ao apontar 96% de ineficiência nos inquéritos policiais, por conta da “falência” do setor.

Como tema principal do movimento de paralisação de advertência, seguindo reivindicação nacional, os servidores da Polícia Federal pedem “Segurança Padrão Fifa”. “Nós da segurança pública de uma forma geral, queremos do governo federal a mesma atenção que foi dada a Copa do Mundo”, afirmou o vice-presidente do Sinpofal, Flávio Moreno.

Os servidores usaram um elefante branco para apontar o percentual negativo que os inquéritos instaurados pela Polícia Federal têm apresentado nos últimos anos. 

“Crimes, sejam eles em quaisquer esfera, acabam não dando em nada, tudo por conta da burocracia entre as policias, tornando ineficiente o nosso trabalho. Tudo acaba arquivado”, afirmou Moreno.

Diante da situação, o sindicato pediu ainda que o senador alagoano e presidente do senado federal, Renan Calheiros, cobre celeridade na aprovação da polêmica PEC 51, que prevê a unificação das policias Civil e Militar.

O MOVIMENTO

Com relação ao principal motivo dos três dias de paralisação de advertência, o movimento que atinge cerca de 130 servidores federais em Alagoas, além dos aposentados, para cobrar o governo federal o cumprimento de uma lei que regulamenta os cargos de agente, escrivão e papiloscopista da PF.

De acordo com o presidente do Sinpofal, Jorge Venerando, o primeiro ponto de reivindicação da categoria é a regulamentação das atribuições de cada cargo, sendo solicitada uma nova lei que obrigue a Polícia Federal a cumprir a decisão que não vem sendo cumprida há 18 anos.

Outro ponto de reivindicação dos servidores se refere a correção da tabela salarial dos subsídios destes cargos, para nível superior, além de regulamentar as ações para os funcionários que não entraram com nível superior e os que já tinham tal qualificação.

Sendo assim, os servidores irão cobrar também, que os próximos concursos sejam de carreira única, já que o quadro atual apresenta carreiras fracionadas por conta das qualificações de cada servidor.

Durante os dias 11, 12 e 13 deste mês, os servidores federais estarão promovendo ações de cobranças, seguindo uma reivindicação nacional e aguardam contatos do governo federal. Caso isso não aconteça, o prejuízo pelas paralisações será maior atingindo grandes eventos no país.

“Nós esperamos o quanto antes que o governo aceite negociar e cumprir a lei. Caso isso não aconteça, entre o final desse mês, começo do outro, poderemos fazer outra paralisação por tempo indeterminado e já existe um movimento para greve durante a Copa do Mundo e as eleições”, finalizou.

Nesta terça-feira a tarde será feita uma panfletagem no local onde acontece o movimento, a sede da Polícia Federal e na quarta-feira, no período da tarde, haverá uma passeata, saindo do Jaraguá, seguindo até a orla de Jatiúca.

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