RJ: Policiais Federais levam 'elefante branco' para manifestação
Data: 11/03/14
'Elefante' questiona inquéritos policiais; animal virou símbolo da greve em 2012 (Foto: G1)
Policiais federais realizaram um protesto na Praça Mauá, Zona Portuária do Rio, desde a manhã até o início da tarde desta terça-feira (11). Um "elefante branco" inflável, em tamanho real, foi levado pelos manifestantes para a porta da Superintendência Regional da PF, com os dizeres "Inquérito policial 96% de ineficiência".
O mamífero foi adotado como símbolo da greve de 72 dias realizada em 2012. Mais de cinco elefantes como o usado nesta terça serão levados para a marcha dos servidores nesta quarta-feira (12), na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Paralisação
Agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal em vários estados do país, incluindo o Rio de Janeiro, fazem paralisação a partir desta terça até quinta (13), de acordo com a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef).
As datas seguem o Calendário de Mobilização da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), tendo como tema "Segurança Pública Padrão FIFA". No Rio, policiais têm realizado apitaços, algemaços e distribuído "cartões vermelhos" no atos. A ideia é chamar a atenção da população para os protestos que buscam melhores condições de trabalho.
"A principal preocupação do movimento é com as nossas condições de trabalho, pois falta efetivo, e as funções que deveriam ser exercidas pela Polícia Federal passam a ser delegadas a terceirizados. Precisamos chamar a atenção do governo para a nossa atual situação e melhorar o desempenho da PF", diz o presidente do Sindicato dos Servidores do Departamento de Polícia Federal no Estado do Rio de Janeiro (SSDPF/RJ), André Vaz de Mello.
Entenda as reivindicações
Segundo os manifestantes, a Polícia Federal vive uma crise histórica. Entre os problemas apontados, estão, de acordo com o sindicato: "diminuição dos investimentos na instituição; perda do poder investigatório, com pesquisas revelando que 75% dos policiais já presenciaram interferências políticas nas investigações; o não reconhecimento das funções complexas de inteligência que exercem há décadas; baixa anual de efetivo (só no ano passado, 230 PFs deixaram a instituição); congelamento de salários há sete anos; falta de valorização das atividades; insatisfação total, com pesquisa nacional constatando que 86,53% dos policiais se sentem infelizes, e 90,76% subaproveitados quanto às suas funções; situação de verdadeiro apagão, o que tem gerado doenças psíquicas em, pelo menos, 30% do efetivo, e altos índices de suicídios".