Jarbas Vasconcelos faz discurso contra o sucateamento da PF no Senado

Data: 14/03/14

 

Discurso Pronunciado pelo Senador Jarbas Vasconcelos no Plenário do Senado Federal no dia 11 de Março de 2014.



Senhor Presidente,


Senhoras Senadoras e Senhores Senadores,


A situação de sucateamento da Polícia Federal é um dos maiores exemplos de como o Governo Federal dá pouca ou quase nenhuma atenção à questão da Segurança Pública. E estamos falando de uma das instituições fundamentais no combate ao crime organizado, ao tráfico de drogas e de pessoas, à corrupção no setor público.


Recentemente, foi divulgado que a Polícia Federal alcançou, em 2013, o recorde histórico das chamadas “Operações Especiais”. Foram 301 operações no combate à corrupção, ao desvio de recursos públicos, ao tráfico de drogas entre outras. Desse total, 56 foram específicas para o combate à corrupção, o que representa 19%. Em outras palavras, a cada cinco operações da PF, uma foi destinada a prender corruptos e corruptores.


No entanto, a Federação Nacional dos Policiais Federais vem promovendo uma campanha de divulgação de informações sobre o trabalho da instituição e alerta que o cenário não é tão bem sucedido como tenta fazer crer o Governo Dilma Rousseff. A FENAPEF informa que, na verdade, houve uma redução de até 60% no volume de indiciamentos na PF entre 2010 e 2013.


O trabalho da Federação dos Policiais Federais é essencial para compreender o que vem ocorrendo nessa instituição. De acordo com pesquisa também divulgada pela entidade de classe, 89% dos policiais entrevistados acreditam que existe controle político das investigações e cerca de 75% deles já presenciaram ou ouviram relatos sobre esse tipo de interferência no trabalho policial.


A mesma pesquisa revela dados preocupantes sobre como os policiais federais veem o seu trabalho. Cerca de 94% dos policiais entrevistados acreditam que a falta de investimentos do Governo Dilma é um castigo pelas investigações sobre corrupção. Um número ainda maior, cerca de 97% dos policiais, afirmam que é proposital o tratamento desigual e o congelamento salarial da maioria dos profissionais da PF nos últimos anos.


Todo esse quadro, Senhor Presidente, tem levado cerca de 250 policiais federais a abandonarem a instituição a cada ano. Nos últimos anos, a cada mês, 10 policiais dos cargos de Agente, Escrivão e Papiloscopista abandonaram a carreira à procura de melhores condições de trabalho. Um novo concurso público, em andamento, com 500 novas vagas serve somente para compensar dois anos de evasão e aposentadorias, de acordo com a FENAPEF.


Apenas 13% dos entrevistados dizem que estão feliz na Polícia Federal, enquanto 90% acreditam que poderiam fazer muito mais do que fazem atualmente. Há 10 anos, um agente da PF recebia uma remuneração equivalente a um Auditor ou Fiscal da União. Hoje, ele recebe apenas metade daquele valor.

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