Policiais federais debatem reestruturação da carreira durante audiência

Data: 17/03/14

Composição da mesa de autoridades: assessor parlamentar do deputado federal Vander Loubet (PT-MS), Ido Michels; promotor de Justiça em Amambai, Luiz Eduardo Sant'Anna Pinheiro; deputado estadual Amarildo Cruz; diretor adjunto da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Flávio Werneck Meneguelli; presidente do Sindicato dos Policiais Federais de Mato Grosso do Sul (Sinpef/MS), Jorge Luiz Ribeiro Caldas da Silva; e o presidente da Associação Beneficente dos Funcionários da Polícia Federal no Mato Grosso do Sul (Assofederal), Jorge Augusto Beck Vieira.

Policiais federais participaram, na tarde desta sexta-feira (14), da audiência pública com o tema “Reestruturação Salarial e da Carreira dos Agentes, Escrivães e Papiloscopistas da Polícia Federal”, realizada na Assembleia Legislativa. A proposição do evento foi do deputado estadual Amarildo Cruz (PT), atendendo à solicitação do Sindicato dos Policiais Federais de Mato Grosso do Sul (Sinpefms).

“Fomos procurados e sou solidário às reivindicações dos policiais federais por melhores salários e à necessidade premente de se instituir uma estrutura de carreira”, afirmou o parlamentar. Amarildo lembrou que foi autor de moção de apoio aos policiais, enviada à presidente Dilma Rousseff, e reiterou a importância da atuação estratégica da PF em áreas de fronteira. “A Polícia Federal é extremamente importante e, sobretudo, em Mato Grosso do Sul, que faz fronteira seca com dois países”, complementou, referindo-se à Bolívia e ao Paraguai.

O diretor adjunto da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Flávio Werneck Meneguelli, apresentou um panorama das dificuldades enfrentadas por agentes e papiloscopistas em todo o Brasil e cobrou medidas urgentes. “Costumo dizer que temos, tanto na Polícia Federal, como na Polícia Civil e Polícia Militar, um sistema ‘casa grande e senzala’, no qual os policiais trabalham à exaustão para o enriquecimento de uma estrutura muito ineficaz, que não tem comparação em nenhum lugar do mundo”, disse.

Citando pesquisa realizada em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), Meneguelli afirmou que 80% dos policiais federais têm problemas com alcoolismo e 30% são depressivos. A categoria reivindica a aprovação, no Congresso Nacional, de projeto de lei e propostas de emenda à Constituição Federal que visam instituir diretrizes de atuação profissional e evolução na carreira, com reestruturação de cargos; além de recomposição salarial.  “Já são oito anos sem aumento salarial, o que contraria a Constituição”, alertou Meneguelli.

Precariedade – Os 600 policiais federais que atuam em Mato Grosso do Sul também vivem situação crítica, na avaliação do presidente do Sindicato dos Policiais Federais de Mato Grosso do Sul (Sinpef/MS), Jorge Luiz Ribeiro Caldas da Silva. “A nossa realidade é precária, com sucateamento da infraestrutura, falta de materiais e desvalorização profissional, além de jornada de trabalho excessiva”, disse. “Agradecemos a esta Casa de Leis pela possibilidade de trazer esse debate ao Estado”, complementou. As reivindicações dos policiais federais já toram tema de audiências públicas em 18 estados brasileiros.

Segundo Silva, as ocorrências crescentes de doenças psíquicas e os índices de suicídio refletem as “péssimas” condições de trabalho a que são submetidos os policiais no exercício profissional. Somente nos últimos dois anos 12 policiais federais tiraram a própria vida no país. “Vamos continuar reivindicando formas de garantir uma Polícia Federal de excelência, com autonomia e condições dignas de trabalho”, finalizou. As argumentações apresentadas durante a audiência pública em Campo Grande serão reunidas e também subsidiarão as ações das entidades que representam a categoria em âmbito nacional.

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