Um silêncio que vale por mil palavras...

Data: 19/03/14

 

A maioria dos policiais federais foi surpreendida nesta última terça-feira, 18, com um resultado inesperado de mais uma reunião para tratar da greve dos agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal, vítimas de um histórico assédio moral coletivo, coordenado pela direção do órgão.

 

Esses servidores amargam um congelamento salarial de cinco anos, e são atualmente a única, repito, a ÚNICA categoria profissional de todo o país, seja pública ou privada, que é cerceada de um direito constitucional básico: a correção da inflação, como forma de manter o poder aquisitivo que sustenta suas famílias.

 

A diretoria da Federação Nacional dos Policiais Federais decidiu comandar um movimento de greve fundamentado pelo espírito cívico, e sempre apostou no diálogo com o Governo Federal, pois o objetivo essencial sempre foi, é, e será um pacto pela Segurança Pública do país.

 

Porém, o episódio dessa terça-feira foi emblemático, e mostrou para todos os policiais federais algo que sempre contaminou as agendas políticas do movimento sindical: a interferência de terceiros que sempre prejudicam as negociações nos bastidores, com elementos ainda desconhecidos.

 

A alta cúpula do Governo Federal quer resolver a situação da PF, e nessa reunião de terça-feira havia um contexto diferente, pois a federação recebeu uma bandeira de paz na última semana, através de um diálogo franco com o ministro-chefe Gilberto Carvalho, que confirmou ter envolvido os outros ministérios, inclusive o Ministério da Justiça.

 

Porém, o que aconteceu foi algo agressivo, uma demonstração de desrespeito aos milhares de policiais que dedicam suas vidas diariamente ao país. E novamente foi oferecido um índice de 15,8%, a ser implantado somente em janeiro de 2015.

 

Para os dirigentes sindicais que participaram da reunião, foi nítido perceber o desconforto dos próprios técnicos do MPOG. A conclusão da última reunião já havia sido bem clara, no sentido de que tal índice não contemplava a inflação do período, e que não havia necessidade de mais reuniões se não houvesse novidades.

 

Desta vez, havia vários técnicos do Ministério da Justiça, como um sinal de onde surgiu a interferência ao quase-desfecho de anos de turbulência, apreensão, e principalmente insatisfação. Afinal, só queremos trabalhar e que a Constituição Federal seja cumprida. Estamos cansados!

 

E diante dessa situação inesperada, um dos dirigentes sindicais perguntou aos técnicos do MPOG: “Como os representantes dos delegados sempre conseguem interferir nas nossas negociações, e sempre conseguem atrapalhar reuniões que podem dar um desfecho a um movimento que está desgastando os servidores, a administração da PF e também o governo federal?

 

A resposta foi o silêncio, que impactou mais que mil decibéis. Um silêncio com olhares até caridosos, como se mostrassem pena de servidores com imensa boa-fé, mas sempre enganados. E de repente percebemos que na última década, esse tipo de interferência sempre ocorreu em todas as agendas políticas em que dirigentes da Fenapef tentaram o diálogo franco e bem intencionado.

 

Resta uma única certeza: desanimar é render-se, desistir é beneficiar que sempre nos prejudicou, e o diálogo com o Governo Federal continua, pois é absurda essa situação de cinco anos de congelamento salarial, e os dois lados mostram interesse na composição.

 

Não desista. Procure o seu sindicato, que vai flexibilizar os movimentos e facilitar a participação de todos, para que não haja prejuízos pessoais. Seja voluntário, ligue e ofereça sua ajuda. O foco são os atos públicos, que podem ser realizados parcialmente nos dias de manifestação.

 

E lembre-se que você é fundamental para o movimento.
Defenda o sustento da sua família!

 

Não desistiremos!

 

Fenapef e Sindicatos Filiados

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