PFs fazem paralisação em todo o Brasil

Data: 21/03/14

Em cumprimento ao Calendário de Mobilização definido pela Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), escrivães, papiloscopistas e agentes de todo o Brasil realizaram novos protestos nesta quinta-feira, dia 20, em diversos pontos do país. No Rio, teve concentração às 9h em frente à sede da Superintendência Regional, na Praça Mauá, e depois ato no Aeroporto Internacional Tom Jobim. A manifestação começou às 10h30, com mais de 100 policiais no Desembarque do Terminal 2 que, vestindo camisetas pretas com inscrições em amarelo (como “S.O.S. Polícia Federal”), recorreram a faixas e ao elefante branco inflável em tamanho natural para chamar atenção da sociedade para os problemas graves de segurança, razão da luta da categoria.

O diretor jurídico do Sindicato dos Policiais Federais no Estado do Rio, Gilberto Costa, destacou o ato desta quinta-feira teve como foco a terceirização dos serviços de migração e passaporte. “É uma questão grave, pois esses serviços são feitos em todo o mundo por policiais federais, profissionais especialmente qualificados para esses atendimentos. Mas diante da falta de efetivo, o governo decidiu terceirizar esses serviços, o que representa uma ameaça para a sociedade”, alerta o diretor sindical.

Com palavras de ordem, batendo palmas e cantando “A Federal vai parar”, os policiais caminharam do Terminal 2 ao Terminal 1, recebendo apoios por onde passavam. Apoios que chegavam das mais diversas formas, como o da aposentada Angelina Novaes, de 58 anos, que cantarolava acompanhando os manifestantes, entendendo que todos devem lutar por seus direitos. “Todo trabalhador tem o direito de protestar e o dever de lutar por melhorias. Pelo que vi aqui, estão rebaixando a Polícia Federal de nosso país, comparando com instituições de países subdesenvolvidos. Isso é mais uma vergonha para a imagem do Brasil e uma ameaça à nossa segurança”, lamenta a aposentada.

Outra a prestar solidariedade ao movimento dos policiais federais foi a catarinense Raquel Britizqe, de 27 anos, que passava pelo Galeão a caminho de Nova York, de onde segue semana que vem para a Inglaterra, onde reside há 4 anos. “Fui para Londres estudar inglês, e conheci um outro mundo. Um mundo de organização, respeito e de mais segurança. Muito triste ver o Brasil sem segurança, com tanta pobreza e desrespeito. Cansei e não penso mais em voltar, só para ver minha família, como agora. Vou ficar mesmo na Inglaterra, onde há cerca de 200 mil brasileiros que lutam para continuar lá, com receio da insegurança, da violência que vemos aqui. Como tenho cidadania italiana, posso viver lá, graças a Deus!”, diz Raquel.

O protesto - O protesto desta quinta-feira no Rio durou três horas, com os manifestantes chamando atenção de centenas de pessoas que transitavam no aeroporto, não só nas áreas de embarque e desembarque dos dois terminais, como nos setores de emissão de passaporte e de estrangeiros. O presidente do sindicato, André Vaz de Mello, diz que, caso as negociações não sejam retomadas, o movimento caminha para a greve geral. “Vamos continuar nossa luta pela reestruturação da carreira dentro da PF, pelo reconhecimento de nossas atribuições em lei e também pela recomposição salarial, que não ocorre há sete anos. Caso contrário, iremos parar durante a Copa do Mundo”, afirma Vaz de Mello, ressaltando que as consecutivas paralisações ainda não afetaram os serviços de atendimento ao público.

 

 

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