Policiais federais fazem protesto após operação

Data: 01/04/14

 

 Os policiais federais aproveitaram a divulgação do resultado das operações concluídas nesta segunda-feira (31), que culminaram com a prisão de 23 pessoas e a apreensão de 3,7 toneladas de cocaína, para chamar a atenção da imprensa. A manifestação foi por melhores salários.

Os agentes da Polícia Federal (PF) se reuniram na porta da delegacia em Santos, no litoral de São Paulo. Eles reclamam que os salários estão desatualizados e que há mais de três anos tentam entrar em acordo com o Governo Federal. "A instituição está profundamente desmotivada. Estamos há sete anos sem reposição da inflação, perdemos mais de 50% do nosso salário ao longo desse tempo", diz Marco Antonio Costa, diretor do Sindicato dos Policiais Federais de São Paulo.

Costa afirma que, apesar dessa situação, a Polícia Federal não vai fazer greve. "Nós não vamos paralisar as nossas atividades, porque temos consciência da importância do nosso trabalho", conclui.

 



Operação
A Polícia Federal cumpriu 46 mandados de prisão e 80 mandados de busca e apreensão na manhã desta segunda-feira (31) para desarticular quadrilhas que fazem tráfico internacional de drogas utilizando o Porto de Santos, no litoral de São Paulo. Ao todo, 23 pessoas já foram presas e mais de 3,7 toneladas de cocaína, apreendidas – além de dinheiro, veículos e armas. De acordo com a polícia, essa é a maior apreensão dos últimos tempos no litoral de São Paulo. As operações Hulk e Oversea começaram em maio do ano passado. As 3,7 toneladas de cocaína foram apreendidas nesse período e somadas durante as operações.

Segundo a Polícia Federal, a quadrilha usava contêineres para transportar cocaína pura do Porto de Santos para a Europa, África e Cuba. Ainda de acordo com a PF, a droga era colocada em mochilas e sacolas, que eram inseridas nos contêineres por funcionários particulares, sem o conhecimento dos donos das cargas ou dos navios. A droga seguia junto com um lacre clonado. No local de destino, membros da organização criminosa rompiam os lacres, recuperavam a cocaína e colocavam os lacres clonados, para não gerar suspeitas.

Segundo os delegados Reinaldo Sperandio e Ivo Roberto, responsáveis pela divulgação da operação, as investigações começaram em maio de 2013. "Não havia facilitação. Eles tinham um esquema. De qualquer forma, nossa investigação apontou que não havia participação dos funcionários dos terminais portuários no esquema", explica Sperandio.

Ainda de acordo com Sperandio, a quadrilha tem participação no tráfico de drogas e em vários crimes na cidade de São Paulo. O delegado explica que essa foi uma das maiores apreensões da história do Porto de Santos. "No último ano foram apreendidos 4 toneladas de cocaína. Essa é a maior dos últimos tempos, mas ainda vamos levantar para ver se existiram outras dessas. Tivemos prisões na Baixada Santista, em São Paulo e no Mato Grosso do Sul", afirma.

Ao todo, a Polícia Federal apreendeu 230 mil euros (R$ 721 mil), 10 veículos, uma lancha, 19 armas curtas e dois fuzis. As organizações criminosas eram investigadas pela PF desde 2013, nas operações Hulk e Oversea, que tinham como foco o tráfico de drogas via Porto de Santos.

 

 

 

 

 

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