Diretor da PF declara que policiais federais não podem fazer greve

Data: 21/04/14

 

A Direção de Gestão de Pessoal da Polícia Federal é historicamente criticada pelos servidores devido à omissão em relação às políticas de valorização dos servidores, mesmo diante da alta incidência de policiais doentes e desmotivados, da evasão recorde de profissionais que abandonam a instituição, e da absurda estatística de suicídios.

 

Porém, não bastasse sua unanimidade negativa, recente Memorando-Circular difundido nacionalmente pela Direção de Gestão de Pessoal orienta os órgãos de recursos humanos a proibirem a compensação das ausências dos policiais, decorrentes de participação em movimento grevista, e declara que “restou vedado ao servidor policial o exercício do direito de greve”.

 

Provavelmente essa declaração que restringe a Constituição Federal e seu direito social de greve, destinado a todos os servidores públicos civis, pode ter sido influenciada por uma manifestação sem qualquer efeito vinculante, do ministro Gilmar Mendes, historicamente conhecido pelo seu distinto apreço aos policiais federais.

 

Grande dilema vivido pelos gestores da Polícia Federal é a política de valorização do servidor, cobrada pelo Ministério do Planejamento. Afinal, enquanto os especialistas oficiais em gestão incentivam a meritocracia e políticas que incentivem a participação de todos os servidores na administração dos órgãos públicos, os delegados monopolizam a gestão do órgão e boicotam a participação dos demais.

 

Reza a lenda que a associação de delegados e a gestão da PF, "algo junto e misturado", acreditam numa espécie de pseudo-hierarquia herdada no período militar, justificadora de uma espécie de política de castas, em que somente bacharéis em Direito possuem a capacidade de administrar.

 

Mais uma vez os agentes, escrivães e papiloscopistas buscarão no Poder Judiciário a intervenção para sanar as arbitrariedades cometidas na Polícia Federal. E é interessante perceber que os grandes mentores dos atos arbitrários parecem esperar a fila para receberem em dólares como adidos nas embaixadas, quem sabe uma espécie de recompensa pelos serviços prestados.

 

A Diretoria Jurídica da Fenapef já está atuando nessa nova demanda.

 

 

 

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