AL: Agentes da PF protestam após ameaça do ministro da Justiça

Data: 07/05/14

Os agentes da Polícia Federal que atuam em Alagoas paralisaram mais uma vez, as atividades por 24 horas, nesta quarta-feira (7). Além de continuarem cobrando o cumprimento de uma lei que enquadra todos os cargos da Carreira Policial Federal, como funções de nível superior, os policiais repudiam as ameaças do ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, que disse no último dia 30, que os agentes que entrarem em greve durante a Copa do Mundo serão punidos.

"Eles ameaçaram de nos prender e podem utilizar a lei de segurança nacional com os policiais federais durante a Copa do Mundo. Se o governo não intervir e atender nossas reinvidicações, não temos condições de continuar trabalhando", explicou.

Cardoso chegou a dizer que há uma decisão do STF que afirma ilegalidade e inconstitucionalidade das greves de policias militares e civis. Ou seja, que órgãos armados não poderiam legalmente fazer greve.

Os agentes montaram uma tenda em frente a sede da PF no bairro do Jaraguá, em Maceió, com várias faixas contra o governo federal e um elefante branco inflável representando a ineficiência dos inquéritos policiais. Porém, desta vez, os agentes protestam contra a ameaça do governo aos policias federais em relação à greve durante a Copa do Mundo.

Esses atos e paralizações estão ocorrendo desde fevereiro deste ano. A categoria quer o cumprimento da Lei 9266/199 que reenquadra os cargos de agentes, escrivães e papiloscopistas como funções de nível superior. Eles defendem ainda a efetivação da carreira única na Polícia Federal, com a realização de um único concurso público para ingresso e progressão de carreira.

Ainda segundo o presidente do Sinpofal apenas 30% dos serviços estão funcionando. "Todos os serviços da Polícia Federal em Alagoas que dependem dos agentes, escrivães e papiloscopistas estão funcionando com 30% dos agentes. Vamos manter a vigília realizando panfletagem e solicitando o apoio da população para que a Lei 9266/1996 seja cumprida pelo governo federal", ressaltou.

Procurada pelo G1, a Polícia Federal afirma que não irá se pronunciar sobre a greve. Já o Ministério do Planejamento, através de sua assessoria, afirma que nos dois últimos anos, a categoria não aceitou a proposta de reajuste de 15,8% e não fechou acordo com o governo. A pasta afirma que, neste momento, não há margem financeira e fiscal para fazer o reajuste pedido, pois causaria impacto na folha de pagamento. Mas ressalta que as negociações estão abertas.

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