RJ: Mascarados, policiais federais fazem ato no Rio e prometem parar na Copa
Data: 07/05/14
Policiais federais, mascarados, protestam na casa de festa onde Felipão anuncia seleção (Foto: Gabriel Barreira/ G1)
Dezenas de policiais federais — alguns usando máscaras — realizaram uma manifestação pacífica na porta da casa de festas onde foram confirmados os nomes dos jogadores brasileiros que vão disputar a Copa do Mundo, no Centro do Rio, na manhã desta quarta-feira (7). Em vários locais do país, os agentes prometem uma paralisação geral durante o Mundial, caso não sejam atendidos três pedidos: o reconhecimento, em lei, das atribuições dos agentes; a reestruturação da carreira e reajuste salarial.
A afirmação foi feita pelo presidente do Sindicato dos Servidores do Departamento da Polícia Federal do Estado do Rio de Janeiro, André Vaz de Mello. "A greve na Copa, até o momento, é certa e a paralisação [seria] geral".
A condição para mudança é que os apelos da categoria sejam atendidos em uma proposta feita pelo governo que vá além do reajuste de 15,8%. Segundo André, os novos vencimentos só valeriam a partir de 2016 e, portanto, serviriam para "amordaçar" a classe por dois anos — por isso, os servidores chegaram a usar panos vermelhos tapando a boca.
Alheios à convocacao dos atletas do lado de dentro da casa de festas, os manifestantes ignoraram também a lei estadual que proíbe o uso de máscaras, já que alguns chegaram a usar o disfarce e outros cobriram o rosto parcialmente com os panos vermelhos.
Nos cartazes, eles atacaram o governo petista e o ministro da Justiça, a quem atribuem a responsabilidade por supostamente terem sido grampeados — boato que virou coro dos policiais-ativistas.
Os manifestantes justificaram o uso de máscaras, que já causou polêmica e até uma Lei Estadual após as manifestações de 2013: "Nossas manifestações são pacíficas e ordeiras. A maior delas em Copacabana acabou sem nenhum incidente. Sobre as máscaras, não tem nenhum efeito prático. Até porque a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) conhece o rosto de todo mundo aqui", ironizou um policial, identificado como Lasmar.
Segundo ele, calcula-se que tenham parado 60% dos policiais, entre eles escrivãos, papiloscopistas e agentes. Foram preservados, no entanto, serviços como migração, passaporte e certidões. "Não parou porque não queremos prejudicar a sociedade", justificou-se.
A poucos metros da manifestação, dois agentes policiais militares observavam o protesto. De braços cruzados, no entanto, desta vez, eles não reagiram.
PMs observavam movimentação de braços cruzados (Foto: Gabriel Barreira/G1)