O governo concluiu que, além da inflação, enfrenta outro inimigo poderoso e fora de controle no ano eleitoral de 2014

Data: 04/06/14

O governo concluiu que, além da inflação, enfrenta outro inimigo poderoso e fora de controle no ano eleitoral de 2014 – a Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal. O Planalto acredita que delegados ligados à entidade, majoritariamente identificada com o PSDB, definem o vazamento  de  indícios que podem ser usados para atingir o PT e preservam o sigilo em casos que poderiam desgastar a oposição. Na visão do governo, cada página de documento e cada diálogo grampeado têm sido negociados milimetricamente para aumentar o desgaste do Planalto, sem que o ministro José Eduardo Cardozo, a quem a PF está subordinada, seja capaz de fazer muita coisa.

Briga continua
Na semana passada, as tensões entre senadores do PT e do PSDB ficaram a poucos centímetros de um conflito físico, que poderia ter interrompido a sessão e impedido uma vitória do governo no Marco Civil da Internet. Engana-se quem calcula que a paz foi celebrada.

Afagando prefeitos
O governo prepara anúncio de liberação de verbas para os prefeitos, no âmbito da terceira etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). A ideia é executar verbas de emendas parlamentares destinadas e, assim, afagar prefeitos, pacificar o Congresso e, é claro, empurrar a caravana de Dilma.

Tiro no péPrincipal vitória de Dilma Rousseff em 2014, a aprovação do Marco Civil da Internet correu risco de naufragar no dia da votação no Senado. O tucano Aloyzio Nunes Ferreira negociava com o governo um caminho para evitar ações protelatórias quando o portal do PT Nacional exibiu seu retrato e de outros líderes da oposição como “empatadores” da decisão. Retirado às pressas por ordem do governo, o texto virou um tiro no pé.

Sem mandatos eternos
O aspecto mais animador da sabatina de indicados a uma vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) não envolveu o nome dos candidatos, mas a duração do mandato. Senadores presentes se manifestaram a favor de mandatos fixos – com duração de 12 anos, por exemplo –, em vez de permanências quase vitalícias, até o interessado completar 70 anos, como acontece hoje.

No lugar devido
Deputados prometem ir ao STF brigar pelos 10% dos royalties do petróleo exclusivamente para a educação pública. O texto aprovado
na semana passada inclui nesse percentual o Fies e o Prouni, que concedem bolsas a instituições privadas.

Funcionalismo e ano eleitoral
Para além de questões de metodologia, a má vontade de servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com o governo tem um nome: “Tabela de reajuste das Retribuições por Titulação”. Os funcionários estão insatisfeitos: queriam e não receberam um aumento na remuneração por títulos de qualificação.

José Dirceu esquenta conselho
O professor Luiz Moreira Jr., representante do Congresso no Conselho Nacional do Ministério Público, irá debater nesta semana o pedido de investigação dos telefones do Planalto para apurar se houve algum contato com José Dirceu, preso na Papuda. Lembrando que a promotora Marcia Milhomens sustenta seu pedido com base numa denúncia que ninguém sabe quem fez, nem quando, nem onde, Moreira irá dizer que nenhum sigilo telefônico – muito menos da presidenta da República – pode ser quebrado com base numa especulação.

Toma lá dá cá
Deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC), autor do projeto que revoga o estatuto do desarmamento.

ISTOÉ – O projeto  é  o mais popular da Câmara?
Mendonça – A Câmara registrou mais telefonemas de cidadãos pedindo a revogação do estatuto do desarmamento do que para a aprovação do marco da internet e reajuste da aposentadoria.

ISTOÉ – Por quê?
Mendonça – Em 2005, a maioria da população disse não ao desarmamento, mas não houve mudança
no estatuto. Há uma divisão na Casa: 48% dos deputados querem revogar o estatuto, 52% querem mantê-lo. E se a matéria passar, a tendência é o governo vetar. O Planalto trata o tema pelo viés ideológico.

ISTOÉ – E não é?
Mendonça – Não. No Rio Grande do Sul, há uma arma para cada dez habitantes. No Rio de Janeiro, a média é de uma arma para cada 74. Mesmo assim, o índice de homicídios no Rio é quatro vezes maior.

Retrato falado
O senador Roberto Requião anda reclamando que não aguenta mais a pressão dos internautas. Desde que votou contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que previa a alteração da idade mínima para a responsabilização penal de 18 para 16 anos, Requião tem recebido uma chuva de críticas de internautas nas redes sociais.

“Atualmente, 70% dos países do mundo estabelecem 18 anos como idade mínima. Não se pode tomar a rama pela floresta”.

Rápidas
Com a aquisição de um novo computador, os laboratórios da Polícia Federal em Brasília poderão terminar análises de DNA na metade do tempo que se leva hoje. São 200 exames por ano, em média.

Prossegue o mistério em torno da licitação a preço de banana de 989 totens de publicidade em dez aeroportos do País. Pontos avaliados em até R$ 200 mil foram arrematados por R$ 300. Perguntas à Infraero.

Depois da reação nas redes sociais, a equipe de campanha de Aécio Neves decidiu amenizar as críticas do candidato ao Mercosul.

Pesadelo desfeito
A nomeação do advogado Alberto Zacharias Toron para o Tribunal Regional Eleitoral-SP desfez um pesadelo da banca de advogados próximos ao PT. Eles temiam que Toron, um dos mais penalistas do País, pudesse ter a nomeação emperrada depois de uma atuação tecnicamente impecável na defesa de João Paulo Cunha na AP 470.

Família no limbo
A família do senador boliviano Roger Pinto Molina, que fugiu de forma espetacular de seu país para se abrigar no Brasil, ainda não conseguiu que o Conselho Nacional de Refugiados examinasse seu pedido de asilo. Apesar de parecer favorável, a decisão do colegiado não saiu.

Cadê Azeredo?
O ex-deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) renunciou ao cargo e se livrou de processo no Supremo Tribunal Federal, mas até hoje seu nome não está na lista de réus da ação da primeira instância que investiga o mensalão do PSDB-MG. Mesmo assim, agora sem foro privilegiado, o tucano é parte em 18 processos no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. No dia 29 a juíza Neide da Silva Martins comanda audiência de instrução do processo da 9ª Vara.

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