Governo manobra para agradar a delegados
Data: 15/10/14
Uma reunião no Congresso em que o governo Dilma Rousseff (PT) seria o alvo de insatisfações da Polícia Federal foi esvaziada ontem. Horas depois de ser baixada uma medida provisória para garantir aos delegados a ocupação de cargos de direção na corporação, acabou sem quórum a audiência em que o presidente da Associação dos Delegados da PF (ADPF), Marcos Leôncio Ribeiro, desfiaria críticas ao tratamento recebido pelos investigadores da Operação Lava-Jato, que apura lavagem de dinheiro e corrupção na Petrobras, um dos temas mais sensíveis nas eleições.
Para integrantes da ADPF ouvidos pelo Correio, a medida atende a categoria, mas foi feita nitidamente para segurar mais uma notícia negativa para a campanha de Dilma a poucos dias das eleições — a exemplo da semana passada, com os depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que acusou PT, PMDB e PP de obterem comissão sobre contratos superfaturados por cartel de empreiteiras na estatal.
O diretor da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Flávio Werneck, que representa agentes e papiloscopistas, estranhou a ação do governo “na calada da noite”. “É muito estranho que essa MP tenha sido criada na calada da noite, às vésperas do segundo turno e num momento tão delicado como este”, disse. “Não posso afirmar categoricamente que se trata de uma troca de favores, mas que é muito estranho, isso é.” A Fenapef vai tentar derruba a medida provisória, que contraria interesses da categoria.
O governo negou atuação política. O secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Gabriel Sampaio, disse que a medida atende a “critérios republicanos que atendem as associações” e que possui os “requisitos do interesse público”. (Eduardo Militão, Naira Trindade e André Shalders)
Para integrantes da ADPF ouvidos pelo Correio, a medida atende a categoria, mas foi feita nitidamente para segurar mais uma notícia negativa para a campanha de Dilma a poucos dias das eleições — a exemplo da semana passada, com os depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que acusou PT, PMDB e PP de obterem comissão sobre contratos superfaturados por cartel de empreiteiras na estatal.
O diretor da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Flávio Werneck, que representa agentes e papiloscopistas, estranhou a ação do governo “na calada da noite”. “É muito estranho que essa MP tenha sido criada na calada da noite, às vésperas do segundo turno e num momento tão delicado como este”, disse. “Não posso afirmar categoricamente que se trata de uma troca de favores, mas que é muito estranho, isso é.” A Fenapef vai tentar derruba a medida provisória, que contraria interesses da categoria.
O governo negou atuação política. O secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Gabriel Sampaio, disse que a medida atende a “critérios republicanos que atendem as associações” e que possui os “requisitos do interesse público”. (Eduardo Militão, Naira Trindade e André Shalders)