Agentes, papiloscopistas e escrivães da Polícia Federal realizaram um protesto em frente à sede da Petrobras, no Centro do Rio, no fim da tarde desta terça-feira (21). O grupo, batizado de "EPA", devido às iniciais de cada função, de aproximadamente 100 pessoas quer derrubar a Medida Provisória 657, editada pelo governo federal na terça-feira (14), que permite a nomeação para o posto de diretor-geral da instituição apenas por delegados. Anteriormente funcionário em qualquer cargo na Policia Federal poderia ser nomeado.

Os funcionários alegam que as normas da PF não prevêem hierarquia, já que nenhum cargo da instituição tem atribuição em lei. No entanto, segundo eles, na prática isso não acontece. De acordo com o presidente do Sindicato da Polícia Federal no Rio de Janeiro, André Vaz de Mello, existe um racha entre delegados e funcionários da EPA, o que atrapalha na elucidação dos crimes.

"A nossa briga é para melhorar a nossa polícia. Quem ganha com isso é o corrupto, é o traficante e não a polícia", disse ele.

Durante o ato, os funcionários levaram um caixão com fotos do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e gritaram palavras de ordem contra ele. Eles pediram ainda a revogação da medida provisória. O ato foi marcado em frente à Petrobras como símbolo das investigações que descobriram desvio de dinheiro para pagar propina a partirdos. A manifestação começou às 18h e terminou por volta das 20h.

Funcionários vão realizar paralisação entre quarta-feira (22) e sexta-feira (24), a partir das 18h. Os atendimentos básicos serão mantidos. Integrantes da Polícia Federal em outros estados também protestaram contra a Medida Provisória nesta terça e também paralisarão as ativades nestes três dias.