Espera para conseguir um passaporte pode durar meses

Data: 06/01/15

Aqueles que conseguiram o agendamento sofrem com os atrasos. Polícia Federal diz que a demora é provocada pelo aumento da procura.

A espera por um passaporte pode durar meses nas maiores capitais do país. No Rio, não há agendamento para antes de março. Tem gente apelando até para postos da Polícia Federal fora dos estados de origem.

O computador da casa está conectado ao site da Polícia Federal desde novembro. E até agora Karina não conseguiu agendar uma data para renovar o passaporte. A professora de Biologia pretende viajar em maio para estudar no Canadá e ainda precisa tirar os vistos. O medo de não dar tempo vai obrigá-la a botar o pé na estrada antes de entrar no avião.

“Eu vi pelo site que pra Caraguatatuba, por exemplo, no estado de São Paulo, tem horário disponível a partir de amanhã”, diz a professora universitária Karina Keunecke.

Karina ainda deu sorte. Segundo a Polícia Federal, a espera pode demorar até 60 dias no estado de São Paulo. Em Belo Horizonte o prazo é praticamente o mesmo. Milton não quis correr riscos. Pagou um despachante para garantir o passaporte e a primeira viagem internacional da vida dele.

“Eu tentei. Pelos menos umas duas semanas direto e comecei a me desesperar”, conta Milton.

Conseguir o agendamento não significa que a espera vai terminar. No posto da Polícia Federal no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, há filas durante todo o dia. E mesmo com horário marcado os atrasos são inevitáveis.

“Eu estou aqui há duas horas e meia. Quando eu cheguei tinham 200 pessoas na minha frente e o número não passa”, lamenta a estudante Camila Lopes.

“Acredito eu que seja pela pouca quantidade de pessoas trabalhando pra atender”, afirma a professora Evelyn Silva.

A Polícia Federal diz que a demora é provocada pelo aumento da procura. Desde 2005, o número de passaportes emitidos cresceu quase 90%. Foram 2,2 milhões só em 2014. E promete aumentar em 30% a capacidade de atendimento.

“Esse transtorno deve ser minimizado nos próximos dias. Isso porque com a renovação do parque tecnológico no Brasil todo, a gente está instalando novos equipamentos”, explica o chefe da Divisão de Passaportes da Polícia Federal Tarcísio Fernandes.

Até lá, paciência. Gustavo só conseguiu o agendamento depois de dois meses de espera. E nesta segunda-feira (5) levou quase três horas para ser atendido.

“Péssimo, porque você paga para isso. Você paga até muito bem e você não está tendo um respaldo para isso, você paga e não tem um retorno”, diz o aposentado Gustavo Cardoso.

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