A insegurança que grassa em todo o Brasil

Data: 06/02/15

A tendência de todos nós, diante do noticiário de crimes hediondos, é a de pedir um castigo muito forte. De preferência, logo após a prisão do culpado. Com o fuzilamento de um brasileiro na Indonésia, então, houve um clamor e fortes pronunciamentos. A maioria lembrou que se no Brasil houvesse pena de morte, não teríamos os atuais altos índices de criminalidade.

Porém, há controvérsias e a pena de morte tem sido abolida e não implementada em muitos países. O que se pede é mais agilidade nos processos e punições, sem a pena de morte, que contraria os princípios mais comezinhos dos direitos humanos e – está provado – não impede novos crimes. O que se critica é a impunidade ou as penas brandas para atos graves.

Se é uma emoção válida, tem pouca ou quase nenhuma racionalidade. Temos sentimentos como raiva, tristeza e vontade de vingança. Nem por isso podemos sair por aí fazendo justiça com as próprias mãos ou de maneira draconiana, ainda que através do devido processo legal. Por isso, os cerca de 63 mil homicídios registrados em 2014 no País indicam o fracasso do modelo de segurança pública brasileiro predominante nos últimos 40 anos. Evidentemente que, mesmo se levando em conta uma população de 200 milhões de habitantes, é um número assustador. Neste total, estão computados crimes passionais, fortuitos, por brigas e não necessariamente premeditados. De qualquer forma, são 63 mil mortes e o que fica é uma impotência social e individual muito grande.

Mesmo com o heroísmo de policiais civis, militares e federais, dos nossos bombeiros e dos guardas municipais na segurança pública brasileira, é um número assustador. Evidentemente que somente a força bruta, armamento moderno, mais policiais e o enfrentamento não surtirão o efeito desejado. Violência pura, sem inteligência e, muito mais, sem ações preventivas jamais será a solução apropriada, muito menos a definitiva.

Além disso, somos mortais. Ninguém escapará desse destino, mesmo que muitos idosos insistam em continuar jovens fisicamente, através de muitos artifícios com o apoio, ou não, da medicina. Simultaneamente, existem jovens que querem permanecer com a eterna juventude. Idosos e jovens estão errados. A vida só anda para frente e o destino de todos nós é a morte inexorável. Daí vem o materialismo.

Nos últimos tempos, graças a uma divulgação maciça do noticiário policial, com a sucessão de crimes cruéis – se é que todo crime não é cruel – a população está com medo. Mata-se primeiro para só depois se dizer que o marginal queria o carro, o celular, o dinheiro ou qualquer outro bem, geralmente para trocá-lo por drogas. Esse medo vai crescendo, em proporção geométrica, por todo o Brasil.

Então, se todos se sentem frágeis é porque o Estado não oferece segurança e há algo profundamente doentio na vida pública nacional. Mais educação, moradia, emprego e estrutura familiar é que, realmente, farão cair os números da criminalidade das ruas no Brasil. A vida sempre é cantada em prosa e verso, mas vale muito pouco nas cidades brasileiras. É necessário mais educação, mais família e mais disciplina no País.

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