Polícia Federal investiga contratos de compra de créditos da Petrobras na FEF
Data: 02/04/15
O ex-prefeito de Fernandópolis (SP) Luiz Vilar e o presidente afastado da FEF, Fundação Educacional de Fernandópolis, presos na cadeia de Jales (SP), prestaram novo depoimento nesta quarta-feira (1º) na Polícia Federal. O motivo foi um contrato milionário de compra de créditos que envolveria a Petrobras.
O advogado de Vilar disse que o cliente sabia das compras de créditos, mas quem tomava conta das negociações e elaborava os contratos era o setor jurídico, da faculdade, comandado na época, por Paulo Nascimento. Já o advogado de nascimento informou que todas as medidas do departamento jurídico eram repassadas ao presidente da instituição.
O novo indício levou de volta à sede da Polícia Federal em Jales o ex-prefeito e o presidente afastado da fundação Paulo Nascimento. Eles estão presos desde a semana passada. A equipe da TV TEM teve acesso ao contrato da negociação entre a fundação educacional e uma mulher. Segundo o documento, de junho de 2007, a FEF pagaria R$ 100 mil, divididos em duas parcelas, por créditos, que a longo prazo, renderiam cem vezes mais para a instituição. A fundação receberia de volta R$ 10 milhões.
Os papéis, chamados de debêntures, são uma forma de captação de recursos no mercado e estão em nome da maior empresa nacional, que também é alvo de investigações na operação Lava Jato: a Petrobras. A suspeita da Polícia Federal é que, semelhante a outro contrato feito pela FEF, os créditos não tenham nenhuma validade.
O contrato já está no inquérito da Polícia Federal que apura supostas fraudes milionárias na Fundação Educacional de Fernandópolis. As investigações devem apontar se o documento é verdadeiro ou foi uma manobra para desviar dinheiro da instituição. A compra teria sido fechada na época em que Luiz Vilar, ex-prefeito de Fernandópolis, era presidente da fundação. Vilar é investigado pelo desvio de R$ 10 milhões da FEF.
O presidente afastado da fundação, Paulo Nascimento, que era assessor jurídico da FEF, na gestão de Vilar, é suspeito de fraudes em programas de bolsas de estudo do Governo Federal e Estadual. A PF investiga ainda doações de campanha feitas por Nascimento, quando era presidente da FEF, ao então candidato a prefeito Luiz Vilar.
O advogado de Nascimento não quis comentar as doações de campanha do cliente a Vilar. A TV TEM procurou também a Petrobras, mas não teve resposta. As prisões temporárias de Luiz Vilar e Paulo Nascimento venceram nesta terça-feira (31), mas foram prorrogadas por causa da descoberta deste suposto contrato.