Um mês após lista de Janot, só dois investigados foram ouvidos

Data: 06/04/15

Passado um mês desde que os inquéritos da Operação Lava Jato chegaram ao STF (Supremo Tribunal Federal) por meio da lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, só 2 dos 21 investigados que devem prestar depoimentos sobre o caso foram ouvidos pela Polícia Federal.

Devido a isso, e à necessidade de se buscar mais provas para o possível oferecimento de denúncias, o Ministério Público Federal deverá pedir nesta semana a prorrogação do prazo de 30 dias concedido inicialmente pelo Supremo para a realização das investigações.

Conforme a reportagem apurou, somente o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), e o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) foram ouvidos. Ambos negaram a participação no esquema de desvio de recursos da Petrobras.

Apesar de o processo não correr mais de forma sigilosa ou em segredo de Justiça, tanto o Ministério Público como a Polícia Federal se negam a fornecer informações sobre os depoimentos e sobre a realização de outras diligências para a obtenção de provas.

De acordo com os 26 pedidos iniciais de investigação, foram solicitadas 91 oitivas para o esclarecimento dos fatos. Como algumas pessoas vão prestar depoimento em mais de um processo, o número real de pessoas a serem ouvidas é menor.

Entre as oitivas estão as de 21 políticos ou pessoas investigadas no STF, algumas dezenas de pedidos de depoimentos de réus da Lava Jato na Justiça do Paraná e de diversos outros envolvidos que   não foram formalmente acusados, mas que podem ter participado do esquema.

Além disso, a reportagem identificou cerca de 40 diligências que buscam informações sobre a entrada e a saída de pessoas da sede da Petrobras, no Rio, e em hotéis onde teriam ocorrido reuniões para se negociar propina.

Também foram pedidos levantamentos sobre empresas, ligações societárias e contratos firmados com a estatal petrolífera.

Questionados sobre quantas dessas 91 oitivas já haviam sido realizadas, tanto a Polícia Federal como o Ministério Público se recusaram a responder. Os dois órgãos disseram somente que "algumas" diligências haviam sido concluídas.

Apesar de o processo não estar mais em sigilo, investigadores que atuam no caso ponderam que não seria conveniente para as investigações fazer um detalhamento do que foi ou não foi obtido.

Sobre o andamento das investigações, integrantes do grupo de trabalho do Ministério Público que atua na Lava Jato têm dito, em conversas reservadas, que o fato de a maior parte dos depoimentos de investigados ainda não ter sido realizada não significa que os processos estejam caminhando lentamente.

A avaliação dos procuradores é que o ritmo das apurações está satisfatório, com alguns casos evoluindo mais rapidamente e outros menos, o que seria natural.

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