Polícia Federal combate desvios no fornecimento de próteses em SC e outros três estados

Data: 05/06/15

A Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Desiderato na madrugada desta terça-feira, com o objetivo de combater e desarticular uma organização criminosa composta por médicos, profissionais da saúde e representantes da indústria de próteses. O grupo  simulava cirurgias para colocação de próteses cardíacas em pacientes que não precisavam para, assim, desviar a prótese fornecida pelo SUS para suas clínicas particulares.

Estão sendo cumpridas 72 medidas judiciais, sendo 8 de prisão temporária, 7 de conduções coercitivas, 21 de busca e apreensão e 36 de sequestro de bens, em Santa Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

Em Florianópolis, a Polícia Federal realizou a condução coercitiva de um jovem de 22 anos, office-boy que prestava serviços à organização. Segundo porta-voz da PF, o jovem possui um papel "pouco relevante" no esquema, mas pode contribuir para o andamento das investigações.

Por volta das 7h desta terça, a polícia esteve na casa do office-boy, no bairro Rio Vermelho, mas ele já estaria trabalhando. Os agentes então se deslocaram até o local, também em Florianópolis, e realizaram a condução dele.

Médicos receberiam entre R$ 500 e R$ 1 mil por prótese

 

Segundo a PF, a empresa produtora da prótese pagava ao grupo grandes quantias pela compra do equipamento. Os médicos recebiam das empresas propinas que variavam de R$ 500 a R$ 1 mil por prótese.

O grupo chegava a receber R$ 110 mil por mês e os valores pagos, somente por uma das empresas investigadas, chegou a aproximadamente R$ 1, 5 milhão em menos de três anos. Uma empresa de fachada foi criada para lavar o dinheiro ganho com as atividades.

Os médicos, além de receber dinheiro do SUS, também costumavam cobrar pelos procedimentos executados e pagos pelo Sistema Único de Saúde. Sabe-se que, pelo menos um paciente, que veio a falecer, teria pagado uma quantia de R$ 40.000 para ser atendido pelos médicos integrantes da organização criminosa.

A polícia investiga os óbitos que ocorreram em virtude de procedimentos similares para saber se os pacientes mortos também teriam sido vítimas da organização criminosa.
Os investigados foram indiciados pelos crimes de estelionato contra entidade pública, associação criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso, corrupção passiva, corrupção ativa e organização criminosa.

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