Suicídios na PF é tema de audiência pública na Câmara dos Deputados

Data: 10/06/15

       

 

 

Os altos índices de suicídios e casos de assédio moral na Polícia Federal levaram a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, na tarde desta quarta-feira, 10, a promover uma audiência pública para discutir o assunto. A diretoria da Fenapef e diversos policiais federais estiveram presentes.

Estudo realizado pela Federação Nacional dos Policiais Federais, revela que a quantidade de policiais federais que cometeu suicídio nos últimos anos extrapola todas as metas consideradas aceitáveis pela OMS. No período de quatro anos, de trinte e sete mortes, quase metade foi por suicídio.

Em 2010, com a crescente demanda de problemas psicológicos e detectada a falta de serviço de atendimento de qualidade para os policiais, a Secretaria de Direitos Humanos publicou Portaria Interministerial nº 02/2010 – MJ/SDH, onde garante o Apoio Biopsicossocial para os profissionais de segurança pública. Contudo, o Departamento de Polícia Federal ainda não implementou as recomendações dessa portaria.

Para o presidente da Fenapef, Jones Leal, essa iniciativa do Deputado Paulo Pimenta foi de extrema importância para despertar a atenção da sociedade para a realidade que os policiais federais enfrentam. “A insatisfação dos servidores Órgão”. Além disso, Leal lamentou a ausência de um representante do Departamento nas discussões.

O presidente do Sindipol/DF, Flávio Werneck, alertou os parlamentares que todos os Órgãos competentes, tais como a Polícia Federal, Ministério da Justiça, Secretaria dos Direitos Humanos, Câmara dos Deputados, Senado e até Presidência da República estão cientes dos problemas recorrentes. “Já mandei diversos ofícios pedindo providências no que diz respeito à prevenção e implementação das Portarias Interministeriais e não recebi nenhuma resposta por parte das autoridades”, enfatiza.

Já o presidente do Sinpef/RS, Ubiratan Sanderson, aposta que a prevenção é a melhor solução. “Temos que investigar as causas e agir no início dos sintomas. Me questiono o motivo que um policial, que entra saudável na Polícia, depois de alguns anos de carreira, desenvolve problemas psicológicos, alcoolismo, depressão”.


Pesquisa

A Doutora Magnólia Bezerra Mendes, Professora do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília, realizou, em 2012, a pedido do Sindipol/DF, uma pesquisa sobre o estado psicológico dos policiais federais em Brasília.

Segundo Magnólia, os profissionais de segurança pública tem sentido um forte sentimento de desamparo, por parte da própria instituição e também do Estado, que se desdobra para a população.

Em seu relatório, ela aponta que a insatisfação e o sofrimento dos servidores são provocados pelo modelo de gestão e a forma que tem sido usado. “As formas de avaliações de desempenho, as exigências e as metas, as condições para cumprir essas metas, falta de efetivo, planejamento, hierarquia exacerbado, são fatores que devem ser levados em consideração na gestão.

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