De um bate-papo a um termo de declaração. Esse foi o episódio que o Presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Mato Grosso do Sul – SINPEF/MS, Jorge Luiz Caldas, participou nesta quinta-feira, 22, quando foi convidado para uma reunião na sede da Polícia Federal no Estado.

O Chefe do Serviço Disciplinar, Luiz Antônio Lino, iniciou a reunião questionando o sindicalista a respeito da instalação de outdoors em frente à Delegacia de Dourados, no interior do Estado, denunciando os crescentes casos de assédio moral na Polícia Federal.

A instalação das peças publicitárias na última semana deu início a uma campanha promovida pela Federação Nacional dos Policiais Federais – FENAPEF, e pelo Sindicato dos Policiais Federais no MS contra as perseguições a sindicalistas, assédio moral e suicídios na Polícia Federal. Um ato público será realizado no próximo dia 28.

Contudo, após a conversa informal, o delegado, alegando cumprir ordens do Superintendente Regional, o delegado Ricardo Cubas César, informou ao Presidente Caldas que ele deveria prestar declarações a respeito do ato público. O representante sindical não respondeu às perguntas.

No Termo de Declaração ao qual a FENAPEF teve acesso é explicita a tentativa de coação ao sindicalista. Perguntas como “Existe objetivo de causar dano moral à instituição Polícia Federal? Levar a sociedade a desacreditar na instituição?”, “O Sr. quando estava na ativa alguma vez deu guarida para colegas mal-intencionados, relapsos, preguiçosos ou até mesmo corruptos?” ou “O Sr. Concorda que uma meia dúzia faça da Polícia Federal a casa da mãe Joana?” foram feitas ao presidente.

No total foram trinta e sete questionamentos abordando a conduta do Presidente Caldas em sua atuação sindical, funcional e até pessoal.

O Presidente Caldas esclarece que protocolou uma representação junto à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, presidida pelo Deputado Federal Paulo Pimenta, denunciando o ocorrido. “Estamos exatamente tentando combater as práticas de assédio e agora fica clara a intenção dos gestores em tentar punir os agentes federais. Manteremos a data do ato e a sociedade sul mato-grossense terá conhecimento do que acontece dentro da Polícia Federal”, enfatiza.

O Presidente da FENAPEF, Jones Leal, informou que já mobilizou o corpo jurídico da entidade, que está trabalhando em conjunto com o Sindicato dos Policiais Federais no Mato Grosso do Sul na defesa do Presidente Caldas. “Os presidentes dos sindicatos e colegas de todo o Brasil foram convidados a participar do ato. Na próxima semana a Federação realizará o lançamento oficial, em âmbito nacional, da campanha contra o assédio na PF”, finaliza.