Comissão de Direitos Humanos do Senado debate valorização à vida dos policiais

Data: 22/02/16

Nesta segunda-feira, 22, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal promoveu audiência pública que discutiu a modernização dos equipamentos utilizados pelas instituições policiais no Brasil.
 
O debate foi convocado pelo Senador José Medeiros (PPS/MT), e foi motivado pela precariedade e falta de atualização/adequação dos equipamentos utilizados pelos policiais e o aumento dos casos de ações violentas contra os profissionais de segurança pública, provocado pela vulnerabilidade dos instrumentos de trabalho.

O parlamentar utilizou como exemplo um policial rodoviário federal que foi morto por que um projétil atravessou seu colete, que se encontrava vencido.

O objetivo principal dos debates é instituir uma regulamentação para que os fabricantes atestem a qualidade dos equipamentos.

Representantes dos policiais federais, civis, militares e rodoviários federais participaram das discussões, trazendo situações do cotidiano de cada corporação.

Representando os policiais federais, Flávio Werneck, vice-presidente da Fenapef e presidente do Sindipol/DF, citou que a discussão maior deve girar em torno do direto à vida do policial, que se arrisca todos os dias, não somente para se proteger, mas também para preservar a vida da população.

Ele enfatizou ainda a existência da Portaria Interministerial nº 02/2010 que trata dos direitos humanos dos policiais. O documento, formulado pelo Ministério da Justiça e Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, assinado em 2010, não é cumprido.

Werneck citou vários itens, como por exemplo, a introdução do texto normativo, que garante ao profissional de segurança pública a valorização à vida. Também o parágrafo da Portaria que exige o fornecimento de equipamentos de proteção individual como prioridade aos policiais.

No que diz respeito à saúde, Werneck explicou que o policial federal não possui a contrapartida adequada do Governo para a aquisição de um plano de saúde, para o policial e sua família: "o valor que não cobre sequer a metade do valor real." Criticou a inexistência de seguro de vida para os profissionais da área.

Werneck conclui sua fala fazendo uma crítica ao modelo de Segurança Pública adotado no país e citou a necessidade da modernização em todo o sistema. “Precisamos de uma quebra de paradigmas na Segurança Pública. Precisamos modernizar a nossa polícia e essa mudança passa pelo ciclo completo, ingresso único nas polícias e alteração no Código Processo Penal. Só assim podemos falar efetivamente de direitos humanos dos policiais e cumprir na íntegra a Portaria de 02/2010”. Por fim propôs alteração nas Leis processuais penais para perdimento imediato de bens e valores apreendidos em benefício das instituições e policiais, nos moldes do já oferecido à AGU e RFB, com denominação de "divisão de honorários e bônus de eficiência."

 

Veja a íntegra do discurso de Flávio Werneck.

 

 

                                                    

OUTRAS NOTÍCIAS

Levantamento alerta para direitos do servidor público estudante

1ª Turma mantém júri do caso Villela

Agente da PF ganha direito de remoção após ser vítima de assédio

Texto da reforma da Previdência é aprovado na CCJ