Candidatura de delegada da Lava-Jato à direção da PF é criticada por colegas
Data: 10/06/16
A candidatura da delegada Erika Mialik Marena, uma das integrantes da força-tarefa da Lava-Jato, à diretoria-geral da Polícia Federal está sendo mal-vista por colegas no Paraná e em Brasília.
Delegados avaliam que o empenho da Associação de Delegados da Polícia Federal (ADPF) para convencê-la a se candidatar ocorreu apenas para que Érika empreste a boa fama da Lava-Jato para legitimar a reivindicação da categoria em escolher seu próprio diretor-geral.
Foi a ADPF quem organizou uma votação para eleger, tal qual fazem os procuradores, uma lista tríplice para diretor da PF. Segundo o resultado, divulgado na semana passada, Erika ficou em primeiro lugar, seguida de Rodrigo de Melo Teixeira e de Marcelo Eduardo Freitas.
A Fenapef emitiu Nota contestando a lista tríplice dos delegados, por ser inconstitucional e ainda porque não há legitimidade da Associação de Delegados - ente privado, que não tem representatividade sobre todos os cargos do órgão - para escolher Diretor Geral da PF. Na nota, o Presidente da Fenapef, Luís Boudens, afirmou que “a lista tríplice da associação de delegados tem o propósito de indicar um nome alinhado com as diretrizes corporativistas dessa associação e não visa o interesse da Polícia Federal, que vem pleiteando um poder absoluto na PF, por meio de um modelo de autonomia que só é inerente aos Poderes da República”.