Fenapef pede a Ministério da Justiça que avalie empresa contratada para atuar na segurança dos jogos olímpicos

Data: 28/07/16

artel

A Federação Nacional dos Policiais Federais entregou hoje ao Ministro da Justiça ofício apontando falhas na segurança das Olimpíadas e pede providências. A começar pela informação de que a Artel Recursos Humanos, empresa terceirizada, contratada para fazer a revista nos Jogos Olímpicos, não tem registro na Polícia Federal.

Segundo o presidente da Fenapef, Luís Boudens, isso a impediria de realizar tal atividade, porque não estaria habilitada nem autorizada por lei. "Isso mostra como o planejamento de segurança nas Olimpíadas, que está a cargo dos delegados federais, foi feito no improviso, às pressas”, lamenta ele. Boudens observa que justamente pela falta de um planejamento mais acurado e elaborado com antecedência por profissionais capacitados pode não apenas produzir mais uma imagem negativa ao País, como colocar em risco a vida de muitas pessoas.

No documento, a Fenapef pede “investigação sobre a condição legal da Artel Recursos Humanos, como empresa habilitada a atuar na área de segurança privada, bem como sobre os tramites do processo para sua contratação. Trata-se de medida de extrema relevância, uma vez que estando fragilizado o acesso, a checagem por raio-x e a identificação geral de pessoas, toda a segurança nos ambientes controlados pode estar comprometida, incluindo a de atletas, frequentadores e dos profissionais em serviço. Em época de prevenção e combate ao terrorismo nenhum detalhe da segurança pode ser esquecido ou relegado a uma menor importância", afirma.

Não bastasse a porosidade das fronteiras terrestres, há outro flagrante flanco aberto: os aeroportos. Luís Boudens revela que o scanner de mão, que utiliza sistema de envio de dados em tempo real para a Interpol para checar se o visitante está na lista de procurados pela Polícia Internacional, está sendo usado em apenas três aeroportos internacionais: Rio, São Paulo e Brasília. Para ele, o uso desse equipamento será inócuo caso o estrangeiro entre por outro aeroporto, que recebe vôos internacionais, como os de Recife, Foz do Iguaçu e Porto Alegre. Esse visitante, ou potencial terrorista, não será averiguado por esse dispositivo de identificação digital com link direto com a Interpol, e poderá em seguida tomar um voo doméstico que não exige esse tipo de averiguação, para o Rio de Janeiro. 

O presidente da Fenapef lembra que o comportamento do criminoso é o de aproveitar fragilidades para praticar toda sorte de crimes com mais intensidade e agressividade. "A Polícia Federal e todos os órgãos de segurança precisam se assegurar de estarem adotando todas as medidas necessárias para coibir eventuais ocorrências durante o evento mundial", conclui Boudens.

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