Perguntas e respostas sobre a Operação Carne Fraca

Data: 18/03/17

A operação Carne Fraca, da Polícia Federal, revelou a existência de uma organização criminosa que, em troca de propina, liberava produtos sem fiscalização, como mortadela, salsicha, policia-federal-pf-3-840x577carnes, aves e até ração animal. Veja como se prevenir das irregularidades e tire suas dúvidas: Devo parar de comer carne? Não há recomendaçaõ oficial para suspender o consumo de carne. Especialistas avaliam que as irregularidades são pontuais e que a carne produzida no Brasil seja de alta qualidade. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) recomenda que o consumidor priorize alimentos in natura, ou minimamente processados e não embalados, e evite alimentos ultraprocessados. Como saber se a carne está adequada para o consumo? A carne imprópria para consumo, seja bovina, suína ou de frango, apresenta normalmente cor, odor e textura alterados. As carnes adequadas, portanto, são aquelas de coloração avermelhada, textura não pegajosa e lisa e que não têm cheiro ruim. Como saber a procedência da carne? Se o consumidor está com receio de consumir ou tem alguma dúvida sobre a procedência ou qualidade do produto que tem em casa, pode ligar para a Vigilância Sanitária pelo 1746 e solicitar o recolhimento da peça para que seja feita análise da mercadoria. Quantas empresas cometeram irregularidades? A Polícia Federal disse que 40 empresas do setor de alimentos cometeram alguma irregularidade. O Ministério da Agricultura informou que três unidades foram fechadas: duas do frigorífero Peccin, em Jaguará do Sul (SC) e em Curitiba (PR), e uma da BRF, em Mineiro (GO). Outras 21 estão sob suspeita. Quais as empresas que são investigadas? Segundo a Polícia Federal, entre as empresas estão JBS, Big Frango, BRF, Peccin, Dagranja, Frango a Gosto, E.H. Constantino, Frigobeto, Frigomax, Frigorífero 3D, Frigorífero Argus, Frigorífero Larissa, Frigorífero Oregon, Frigorífero Rainha da Paz, Frigorífero Souza Ramos, Mastercarnes, Novilho Nobre, Primor Beef, Central de Carnes Paraense, Fábrica de Farinha de Carnes Castro, Artacho Casings, Smartmeal. A JBS é dona das marcas Friboi e Seara. A BRF é dona das marcas Sadia e Perdigão. Que tipo de irregularidade era cometida? As irregularidades iam desde reembalagem de produtos vencidos e excesso de água para aumentar o peso das mercadorias até uso de cabeça de porco na produção de linguiça, o que é proibido. Ao menos um frigorífero também usava substâncias para “maquiar” carne estragada e dar impressão de que ela estava própria para o consumo. Qual era o produto usado para “maquiar” a carne? No despacho do juiz que autorizou as prisões, são feitos relatos de fiscais de uso de ácido ascórbico (vitamina C) pelo frigorífero Peccin. Na reprodução de um diálogo dessa empresa, que consta do mesmo documento, o interlocutor cita, porém, outra substância: o ácido sórbico, que também é usado como conservante. Essas susbtâncias podem causar câncer? Doses elevadas do ácido ascórbico são cancerígenas. No entanto, apenas quem tem uma exposição prolongada a elevadas doses dessa substância teria risco de desenvolver algum tipo de câncer. Será feito um recall das carnes? Segundo o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, os códigos de barra dos produtos dos três frigoríferos em que as fraudes foram confirmadas começarão a ser rastreados a partir de segunda-feira. Mas não esclareceu se será feito um recall nem como ele seria feito. A carne brasileira poderá ser barrada no exterior? União Europeia e Estados Unidos já pediram informação ao governo brasileiro sobre as descobertas da PF. Especialistas avaliam ser possível que alguns países endureçam as exigências para importações do governo brasileiro e que suspendam temporariamente o consumo. As vendas ao exterior de carne bovina, frango e carne suína representaram 7% das exportações brasileiras em 2016. Quantas pessoas foram presas? Foram expedidos 27 pedidos de prisão preventiva e 11 pedidos de prisão temporária. A PF não divulgou uma lista dos suspeitos já presos. Na madrugada deste sábado foi preso o gerente de Relações Institucionais do Grupo BRF, Roney Nogueira dos Santos. O funcionário da Seara, do grupo JBS, Flavio Cassou, também está preso.

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