PF de Jales apreende armas após descobrir vídeo de criança atirando
Data: 27/04/17
A polícia Federal de Jales (SP) apreendeu nesta quarta-feira (26) três armas de fogo, munições e documentos na casa de um servidor do departamento de água de Urânia. A apreensão foi feita depois que a PF encontrou um vídeo em um celular apreendido, uma criança atirando com uma pistola.
A busca e apreensão teve origem em informações obtidas pela PF nas análises dos equipamentos apreendidos na Operação Repartição, que investigou desvios de recursos públicos no município de Urânia.
No celular do ex-advogado da prefeitura foram encontrados vídeos em que ele orientava seus filhos, menores de idade, na prática de tiro em zona rural, ilegalmente e em local impróprio para a prática de tiro com arma de fogo.
A Polícia Federal então identificou o número de série do armamento utilizado pelos menores e, rastreando a numeração da arma, foi possível identificá-la como sendo de propriedade do servidor do departamento de água.
A arma que aparece no vídeo é uma pistola 380 e foi emprestada para o ex-advogado da prefeitura, que registrou em seu celular apreendido imagens em que ele a entregava a seus filhos, menores de idade, para que praticassem tiro.
A pistola foi apreendida nesta quarta-feira, juntamente com outras duas armas irregulares durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão.
Preso
O ex-advogado da prefeitura de Urânia está preso preventivamente por suspeita de participação em esquema de desvios de recursos públicos da prefeitura, que foi investigado na Operação Repartição e também será indiciado pelo crime que pune a entrega de arma, de qualquer forma, a criança ou adolescente, com pena prevista de até seis anos de reclusão.
O servidor responderá pelo crime por emprestar ilegalmente seu armamento a terceiros, com pena prevista de até quatro anos de reclusão.
O caso
Todos os presos na operação Repatriação são acusados de desviar cerca de R$ 400 mil da prefeitura de Urânia, que foi recebido do Governo Federal. A operação também investiga fraudes na folha de pagamento da prefeitura de Urânia na gestão passada.
Segundo a PF, nos pagamentos suspeitos, pagos a apenas alguns assessores próximos ao ex-prefeito, foram indenizadas férias e licenças-prêmio de até sete anos de trabalho. Dois ex-assessores jurídicos receberam valores de acerto trabalhista de até R$ 62 mil.
Durante as investigações, os federais confirmaram que os 12 beneficiados com os pagamentos feitos no último dia de mandato, são, na maioria, filiados ao partido do ex-prefeito ou fizeram parte de sua coligação nas eleições de 2012. A polícia diz que ao analisar o histórico de remuneração dos ex-assessores, os agentes verificaram que alguns deles tiveram até 400% de aumento salarial no período da administração do ex-prefeito.