PF tenta recuperar obras furtadas da Casa Geyer, do Museu Imperial

Data: 18/01/17

A Polícia Federal tenta cumprir três mandados de busca e apreensão, nesta quarta-feira, para localizar obras de arte furtadas da Casa Geyer, que pertenciam ao Museu Imperial. Pelo menos 21 itens foram recuperados. A Operação Antiquários acontece no Rio de Janeiro, em São Paulo e na Bahia. As peças estavam na mansão do Cosme Velho, prevista para ser inaugurada como museu em 2017.

A construção do século XVIII foi durante décadas a casa do empresário Paulo Geyer, que ao longo da vida reuniu uma impressionante coleção brasiliana (obras de artistas que tiveram o Brasil como tema). Geyer era conhecido pela excentricidade de pendurar quadros no teto.

Em 1999, o colecionador doou a Casa Geyer ao Museu Imperial, em Petrópolis, com todas as cercas de 4 mil obras de arte e móveis incluídos. Na ocasião, a doação foi feita em usufruto da mansão do Cosme Velho, por escritura pública.

A investigação aponta que o furto do material teria ocorrido após o falecimento da última doadora que permanecia com a propriedade dos bens na condição de usufrutuário. A mulher de Geyer, dona Maria Cecília, a matriarca da família, morreu em 2014. Paulo já havia falecido uma década antes. Depois da morte de Cecília, o casarão do clã passou de fato para as mãos do museu.

Segundo a polícia, em 2014, parentes dos doadores teriam se aproveitado desta condição para retirar vários itens, antes da incorporação definitiva das peças ao acervo do Museu Imperial.

A suspeita é de que os investigados faziam de suas residências e escritórios galerias privadas com o acervo desviado. Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pela 6ª Vara Federal Criminal do Rio, e a operação conta com ajuda do Museu Imperial.

Caso seja julgados e condenados, os envolvidos no crime podem responder por furto qualificado. A pena para este crime é de oito anos de reclusão e multa.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), um total de 124 obras desapareceram, entre pinturas, gravuras, móveis e livros.

ACERVO DE MAIS DE 4 MIL PEÇAS

Entre os quadros raríssimos pregados no teto da Casa Geyer, obras do pintor alemão Johann Rugendas e também dos artistas Thomas Ender, Nicolao Facchinetti, Emeric Vidal, Augustus Earle. Todos apenas alguns dos 4.255 itens colecionados pelo empresário.

Nascido em uma família de classe média do Rio e de Juiz de Fora, Paulo Fontainha Geyer casou-se com Maria Cecília e, logo, tomou parte nos negócios da família de sua noiva. Estudioso, ajudou a multiplicar as riquezas do já abastado conglomerado petroquímico Unipar. De 1999 a 2003, durante o trabalho de inventário, Paulo Geyer acompanhava diariamente o trabalho dos funcionários do museu.

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