Trio fingia doença mental para fraudar INSS

Data: 05/04/17

Uma operação da Polícia Federal em Rio Preto prendeu dois homens e uma mulher, nesta terça-feira, dia 4, por fraude para obter auxílio-doença no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Um casal e um homem, que não tiveram os nomes divulgados, fingiam ser cadeirantes e deficientes mentais, durante os exames, para enganar os médicos peritos do órgão e receber o benefício.

Segundo a Polícia Federal, um dos suspeitos recebia o benefício - de um salário mínimo - há quatro anos e tentava a renovação. Os outros dois estariam ingressando com o pedido do auxílio. O INSS, porém, afirma que não houve prejuízo financeiro aos cofres da Previdência, mas não explicou a informação da PF de que um deles recebia há quatro anos. De acordo com o INSS, as investigações tiveram início no começo deste ano, com base em uma denúncia de que pessoas ganhavam irregularmente os benefícios.

O caso foi encaminhado para a Coordenadoria-geral de Inteligência Previdenciária da Secretaria de Previdência, que inicialmente fez a revisão de benefícios por incapacidade das três pessoas apontadas como fraudadoras. Para tentar receber os benefícios, os criminosos se passavam por pessoas com deficiência e se revezavam entre doente e acompanhante. Ao se passar por doente, eles utilizavam cadeira de rodas e simulavam retardo mental, inclusive com atestado diagnosticando a doença psiquiátrica.

Os investigadores conseguiram descobrir onde os fraudadores moravam e trabalhavam em Rio Preto. Para comprovar o golpe, eles foram filmados durante a rotina na segunda-feira, dia 3, diz o delegado chefe da PF de Rio Preto, Andre Luiz Previato Kodjaoglanian. “Os agentes constataram que um deles trabalhava como motorista, descarregava mercadoria, sem apresentar qualquer problema de saúde”, diz o delegado. O suspeito seria motorista de uma loja de brinquedos.

Nesta terça-feira, dia 4, os policiais federais ficaram escondidos, à espera da chegada dos fraudadores em uma das sedes do INSS em Rio Preto, para fazer o exame de perícia, último passo para concessão do benefício. Os investigadores comprovaram que os suspeitos não possuíam doença nem incapacidade de andar. “A pessoa que dizia ter problema mental até babava e tremia uma das pernas, na tentativa de convencer o médico perito de que passava por problema de saúde e de que necessitava do benefício”, afirma André.

Após assistirem a farsa, os policiais federais deram voz de prisão aos fraudadores, que foram detidos na agência do INSS na rua Delegado Pinto de Toledo, no Centro, e encaminhados para a sede da PF em Rio Preto. Após serem ouvidos, foram encaminhados para o Centro de Detenção Provisória (CDP). Todos os suspeitos vão responder pelos crimes de estelionato previdenciário e associação criminosa.

Força-tarefa

A investigação foi feita em conjunto entre Secretaria de Previdência, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, que formaram um força-tarefa com a função de combater crimes contra o sistema previdenciário. Existe no INSS uma área de inteligência responsável por identificar e analisar distorções que envolvem indícios de fraude estruturada contra a Previdência e encaminhá-las à Polícia Federal para investigação em regime de força-tarefa. O médico que concedeu o atestado de problemas mentais para o trio também será investigado para saber se ele participava do golpe ou se também foi enganado.

Diário da Região

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